Custa 10 euros, é portuguesa, e consegue neutralizar o novo coronavírus. A MOxAd-Tech é primeira máscara têxtil e reutilizável com capacidade comprovada para inativar o novo coronavírus. Foi criada em Portugal, numa projeto de cooperação entre a comunidade empresarial, académica e científica, segundo foi anunciado este sábado.
Trata-se da máscara MOxAd-Tech, que “superou com sucesso os testes realizados pelo Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes, tornando-a na primeira máscara com capacidade de inativar o vírus SARS-CoV-2″, informa em comunicado o consórcio responsável pela inovação.
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Composto pela fabricante Adalberto, a retalhista do grupo Sonae Fashion (Mo), o Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes, o Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal e a Universidade do Minho, este projeto “de cooperação entre a comunidade empresarial, académica e científica” permitiu, então, “o desenvolvimento de uma máscara reutilizável de elevado desempenho”, que além de ser feita de um tecido com características antimicrobianas, tem agora “proteção adicional” comprovada.
Após vários testes realizados pelo Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes chegou-se à conclusão de que “a máscara beneficia de um revestimento inovador que neutraliza o vírus SARS-CoV-2 quando este entra em contacto com o tecido, efeito que se mantém mesmo depois da realização de 50 lavagens”.
Três camadas, uma das quais inativa o vírus
Em entrevista à Rádio Observador, a diretora-executiva da Adalberto, Susana Serrano, explica que a máscara “é constituída por três camadas”.
“A camada exterior tem um repelente. Os vírus transmitem-se por gotículas de água e assim que caem numa máscara elas escorregam”, referiu Susana Serrano, sublinhando então que “a probabilidade de [a gotícula] ficar no tecido já é reduzida”.
“Mas isso não chegava”, acrescenta a diretora-executiva daquela empresa têxtil, referindo então a segunda camada: “Nós adicionámos-lhe um acabamento funcional, que é um anti-microbiano antivírico, comprovado neste momento pelo Instituto de Medicina Molecular, que inativa a Covid-19”.
Esta segunda camada acaba por ser o trunfo desta máscara, como explica Susana Serrano. “Os vírus têm uma cápsula à volta e com este acabamento se o vírus ficar no têxtil o que faz é que essa cápsula é destruída. Não se pode dizer [que fica] morto, mas fica sem atividade de contágio”, refere.
A terceira camada é um “gestor de humidade”, que oferecerá mais conforto perante a transpiração e os odores sentidos pelo portador da máscara.
Máscara é vendida desde abril, mas até agora aguardava certificação antivírica
Pedro Simas, investigador e virologista Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes, explica em nota de imprensa que “os testes à máscara MOxAdtech revelaram uma inativação eficaz do SARS-CoV-2 mesmo após 50 lavagens, onde se observou uma redução viral de 99% ao fim de uma hora de contacto com o vírus, de acordo com os parâmetros de testes indicados na norma internacional”.
“De forma simplificada, estes testes consistem na análise do tecido após o contacto com uma solução que contém uma determinada quantidade de vírus, cuja viabilidade se mede ao longo do tempo”, adianta o especialista.
Susana Serrano esclarece que estas máscaras já estão à venda desde abril — e que à altura já tinham esta tecnologia, que apenas agora foi certificada por uma entidade cientificamente reconhecida. Produzidas em Portugal, estão já a ser comercializadas por 10 euros no país e também em toda a União Europeia.