O livro que pode significar o corte definitivo entre os duques de Sussex e a família real britânica chegou esta terça-feira, 11 de agosto, ao mercado. Dias antes da publicação, excertos divulgados em títulos britânicos davam conta das primeiras revelações: do noivado secreto às “víboras” do Palácio de Buckingham, às quais se juntam agora mais detalhes, como o facto de Meghan ter participado num rapto simulado após receber ameaças “absolutamente assustadoras”.
“Finding Freedom: Harry and Meghan and the Making of a Modern Royal Family”, dos jornalistas Omid Scobie e Carolyn Durand, resultou de conversas com mais de 100 testemunhos, incluindo amigos próximos do casal, assessores reais e funcionários do palácio, mas não deixa de ser uma biografia não autorizada — Harry e Meghan negaram qualquer participação no livro. Ainda assim, consta que o casal deu autorização a algumas pessoas do seu círculo mais íntimo para falarem com os autores.
A biografia revela detalhes da relação de Harry e Meghan com os duques de Cambrigde, bem como com vários membros da família real britânica, príncipe Carlos incluído — apesar de rumores de que este está sentido com algumas das alegações feitas no livro, a imprensa britânica assegura que Carlos e Harry continuam a falar-se com regularidade, dada a esperança de que um dia os Sussex regressem para junto do seio da casa real.
The Tig não foi o único blogue de Meghan
Assim que se soube do romance de Meghan Markle com o príncipe Harry, quase todas as atenções se voltaram para a sua presença online. A ex-atriz não só tinha uma conta ativa de Instagram como um blogue de lifestyle certamente inspirado no projeto Goop de Gwyneth Paltrow, que desde que foi criado já rendeu uns bons milhões à atriz de “Ema” (1996). Acontece que, de acordo com os autores do livro, Meghan tinha um outro blogue, “The Working Actress”, para o qual escreveu anonimamente entre 2010 e 2012 sobre as dificuldades de singrar na indústria de Hollywood. “Ela sempre gostou de escrever na escola e, a certa altura, até pensou em tornar-se jornalista”, lê-se no livro.
Ex-marido gostava que Meghan fosse dependente dele
Os autores do livro exploram uma versão em que o ex-marido de Meghan, Trevor Engelson, com quem esteve casada entre 2011 e 2013, não apoiava suficientemente a carreira da atriz, sobretudo sendo ele uma pessoa da área (enquanto realizador e produtor). Meghan “sentia que ele gostava que ela fosse dependente dele. Essa era a dinâmica da relação”, escrevem Omid Scobie e Carolyn Durand.
A primeira impressão de Meghan
O livro dedica todo um capítulo ao período em que Harry conhece Meghan. No primeiro encontro — cujos detalhes já foram entretanto explorados na imprensa internacional em jeito de antecipação do muito aguardado livro — é descrito o que o príncipe pensou assim que viu a futura mulher sentada no restaurante à sua espera: “A mulher mais bonita que alguma vez já vi”, terá dito a um amigo.
Os colegas de “Suits” começaram a invejá-la
O romance com um príncipe acabaria por mudar muitas coisas na vida de Meghan, sobretudo no que ao trabalho da então atriz dizia respeito. “‘Isso fez com que as coisas ficassem estranhas ao início e certamente houve alguma inveja de pessoas quando ela, de repente, tornou-se na jóia da coroa na série’”, comentou um membro do elenco de “Suits” aos autores do livro.
O amigo de infância de Harry teve dúvidas sobre o namoro
O amigo de infância do príncipe, Tom “Skippy” Inskip, terá expressado as suas dúvidas sobre Meghan Markle, o que levou a um afastamento entre os dois homens. Segundo o livro “Finding Freedom”, Inskip terá aconselhado Harry a viver primeiro com Meghan antes de tomar decisões “mais sérias”. Uma fonte próxima dos duques assegurou aos autores do livro que, apesar do conselho ser bem intencionado, Harry ficou “muito magoado” por uma pessoa tão próxima não confiar no seu julgamento.
Devido ao desentendimento, o amigo de infância e a mulher foram alegadamente “castigados” ao serem excluídos da festa de casamento dos duques na Frogmore House. Entretanto, Inskip e Harry voltaram a aproximar-se após a morte da sogra do amigo no ano passado.
O desabafo de “Skippy”
Segundo os autores do livro, no dia a seguir ao casamento, enquanto comia um brunch, “Skippy” comentou com os amigos como Meghan tinha mudado o príncipe e que este estava, de certa forma, deslumbrado com as novas companhias — como o casal Clooney ou Oprah Winfrey. “Perdemo-lo”, comentou ainda o amigo de infância de Harry.
Quando Meghan conheceu William
Meghan estaria compreensivelmente nervosa momentos antes de conhecer o irmão mais velho do namorado, e herdeiro à coroa britânica, e preparou-se para perguntas difíceis, mas assim que William a viu, comentou “Eu estava ansioso para conhecer a rapariga que colocou aquele sorriso palerma no rosto do meu irmão”.
A relação entre irmãos já foi muito próxima
Já era do conhecimento público que a relação entre Harry e William começou a azedar com a chegada de Meghan Markle, sobretudo depois de o irmão mais velho ter alegadamente dito ao mais novo “Não tenhas pressa. Leva o tempo que precisares para conhecer essa miúda”. Mas muito antes deste afastamento — confirmado pelo próprio Harry quando admitiu em entrevista que ele e o irmão estavam a seguir caminhos diferentes — os dois eram muito próximos. Segundo o livro, foram de “ter sempre tempo um para o outro a passarem quase tempo nenhum juntos”. Antes de ser pai, Harry seria muito ativo na vida dos sobrinhos, assumindo até o papel de tio “cool” que aparecia várias vezes para visitar George e Charlotte, trazendo-lhes presentes divertidos.
Meghan considera Carlos um “segundo pai”
Os autores do livro garantem que Meghan tornou-se bastante próxima do príncipe Carlos ao ponto de o considerar um “segundo pai” — foi, aliás, Carlos quem a levou ao altar no dia do casamento, em maio de 2018, depois de o pai de Meghan ter faltado por motivos de saúde. Meghan considerará, então, o pai de Harry como uma pessoa “amorosa”, enquanto um amigo de Carlos garantiu que o príncipe de Gales gosta da ex-atriz por esta ser “uma americana bonita, confiante e atrevida”. “Ele gosta de mulheres fortes e confiantes.”
Meghan pediu até à ultima que o pai fosse ao casamento
O período que antecedeu o casamento dos duques de Sussex foi particularmente marcado por notícias falsas sobre Meghan e escândalos protagonizados pela família da atriz. O mais mediático diz respeito àquele em que o pai de Meghan encenou fotografias em conjunto com um paparazzi. Depois disso, Thomas Markle sofreu um ataque cardíaco — o qual Meghan soube pelos tabloides, segundo o livro — e não marcou presença no casamento. Os autores escrevem que a ex-atriz tentou até à última que o pai a levasse ao altar, papel que o príncipe Carlos acabou por assumir.
Duquesa deixou a família real “emocionalmente ferida”
A duquesa de Sussex chorou no penúltimo compromisso oficial, antes de abdicar do papel de membro sénior da família real britânica. Os autores garantem que Meghan chorou enquanto se despedia de alguns dos membros da equipa do casal. No penúltimo compromisso, a ex-atriz encontrou-se com 22 estudantes que tinham recebido bolsas da Association of Commonwealth Universities. “Ela abraçou alguns dos dedicados membros da equipa (…) ‘Não consigo acreditar que é o fim’, disse, ao mesmo tempo que abraçava uma jovem assessora de quem se tornara próxima. Ainda que a equipa Sussex fosse uma operação muito mais pequena do que os escritórios sofisticados da Clarence House e do Kensington Palace, no curto espaço de um ano ela tinha-se tornado uma espécie de família”, lê-se no livro citado pelo Daily Mail.
Meghan apaixonou-se por Harry quando o viu com os filhos da amiga
Meghan ter-se-á apaixonado “seriamente” por Harry quando o viu a interagir com os filhos da amiga Jessica Mulroney, o que lhe permitiu perceber que tipo de pai seria o príncipe. Ainda de acordo com os autores, quando o duque visitava o filhos de Mulroney nunca aparecia de mãos a abanar.
Duques despediram “ama de noite” de Archie ao segundo dia
Harry e Meghan foram “forçados” a despedir a ama de noite de Archie no segundo turno, isto é, na segunda noite de trabalho por esta ser alegadamente “pouco profissional”. Os duques quiseram contratar uma ama para estabelecer uma rotina de sono para o pequeno Archie, mas as coisas acabaram por não correr como planeado.
Os muitos emojis do príncipe
Assim que se conheceram, Harry e Meghan ficaram “imediatamente obcecados um pelo outro”. Ao primeiro encontro sucedeu-se um segundo, logo no dia a seguir. O futuro casal manteve-se em contacto através de mensagens escritas que, pelos vistos, estavam pejadas de emojis. “As mensagens dele eram frequentemente curtas e cheias de emojis, em particular o emoji do fantasma, que ele muitas vezes usa em vez de um smile sorridente… Qual o motivo? Ninguém sabe. Mas a Meghan achou isso divertido e adorável”, lê-se no livro.
Harry e Meghan tinham por hábito ver “A Guerra dos Tronos”
O casal via episódios seguidos de “A Guerra dos Tronos” durante os primeiros tempos de namoro, ainda que também gostasse da série “Breaking Bad” e de filmes da Disney, como “O Rei Leão”. No livro alega-se que o casal passou, no início do romance, muito tempo a ver televisão na casa de Harry.
Meghan Markle já tem trabalho na Disney. A cunha (real) terá vindo do marido, apanhado pelas câmaras
Meghan discursou no dia do casamento
O rumor de que Meghan tinha discursado no seu próprio casamento, em maio de 2018, já existia e parece agora ser confirmado no livro “Finding Freedom”. Contrariamente ao que sucede nos casamentos reais, em que por norma é o padrinho de casamento, o anfitrião e, às vezes, o noivo, foi Meghan quem discursou, aproveitando o momento para agradecer à mãe, Doria Ragland, mas também ao príncipe Carlos e a Camila por a receberem na família.
As canções de Elton John
Após a cerimónia pública em que milhões assistiram ao casamento dos Sussex, seguiu-se uma privada, na qual Elton John, amigo da princesa Diana, cantou algumas músicas: “Your Song”, “Circle of Life”, do filme “O Rei Leão”, um dos preferidos de Harry, e “I’m Still Standing”.
Meghan ficou ofendida com a princesa Michael de Kent
Em dezembro de 2017, a princesa Michael de Kent usou alfinete controverso num almoço com a família real — o alfinete mostrava o busto de uma mulher negra, que enfatiza a escravatura, e foi considerado de índole racista. Os autores do novo livro esclarecem que Meghan ficou ofendida com a situação e que considerou que o alfinete poderia querer “mandar uma mensagem”.
Princesa Michael de Kent usa alfinete racista no almoço com a Família Real
Harry “encantado” com a descontração de Meghan quando a acampar
Os autores escrevem ainda que o príncipe ficou “encantado” com a postura descontraída de Meghan no decorrer de uma viagem ao Botswana, onde pernoitaram num acampamento de luxo. “Enquanto acampava, ela limpava a cara com toalhetes e vagueava feliz pela floresta caso precisasse de uma pausa para ir à casa de banho”, lê-se. O certo é que um ano após se conhecerem os duques já falavam em casamento.
Harry e Isabel II continuam próximos um do outro
De acordo com o livro dos jornalistas Omid Scobie e Carolyn Durand, os duques de Sussex tentaram marcar uma reunião com a rainha Isabel II antes de anunciarem ao mundo a respetiva retirada enquanto membros séniores da realeza. Agora é alegado que Harry e Meghan queriam discutir o assunto com a rainha antes de irem passar o Natal ao Canadá, no entanto, foi-lhes dito que a monarca apenas estaria disponível em janeiro de 2020. Com receio de que a história chegasse mais cedo do que o esperado aos media, os duques de Sussex fizeram o já histórico anúncio que terá apanhado Isabel II de surpresa. Apesar disso, neto e avó parecem manter uma relação próxima, com os autores a argumentarem que Isabel II continua a ser uma das mulheres mais importantes na vida do príncipe. Os dois terão, inclusivamente, almoçado juntos em março.
Pula, o cão de Meghan e Harry
Depois de se casarem, os duques de Sussex adotaram um labrador preto cujo nome sempre deu que falar na imprensa, com Meghan a admitir durante uma visita oficial que os jornais estavam constantamente a enganar-se quanto ao nome de batismo do animal. Os autores asseguram agora que se chama Pula, o que poderá ter um duplo sentido: além de ser a moeda oficial do Botswana, significa também “chuva” em tswana, sendo que a chuva é considerada uma bênção no Botswana devido à sua raridade.
O telefonema incómodo do assessor
Meghan terá sido aconselhada a não usar um colar com um pendente na forma da letra “H”, referente a Harry, de maneira a não atiçar a atenção dos fotógrafos no começo da relação — o assunto haveria de chegar, ainda assim, aos tabloides. Segundo o livro, um assessor do Palácio de Kensington fez-lhe um pedido incómodo: “Depois de desligar, ela sentiu-se frustrada e emocional”. Mesmo sabendo que o pedido fora feito com boas intenções, “a experiência surreal de ter alguém do escritório do namorado a dizer-lhe que tipo de joalharia usar ou para não sorrir para os fotógrafos foi demasiado.”
Na sequência do episódio, a duquesa terá ligado a um amigo a contar o que sucedera, afirmando que “não conseguia vencer”. “Eles fazem crer que sou culpada por estas imagens, que parece que estou a encorajá-los, que o facto de eu reconhecer as câmaras pode não mandar a mensagem certa. Eu não sei o que dizer. Ainda ontem as pessoas diziam na internet que eu parecia miserável nas fotografias, quando eu estava a tentar ignorar [o fotógrafo]”, terá dito ainda. Mais recentemente, Meghan apareceu em público com o mesmo colar, ao qual acrescentou um pendente na forma da letra “A” em homenagem ao pequeno Archie.
As mensagens de ódio chegavam quase todos os dias
Assim que o romance entre ambos se tornou público, as mensagens de ódio eram uma constante, chegando quase todos os dias, escrevem os autores. As cartas tinham um único destinatário: Meghan. Os funcionários do palácio chegaram a estar sobrecarregados com tantas mensagens, embora uma seja mais inesquecível do que as outras por no seu interior conter um pó branco. A substância, que se temeu ser antrax, era afinal inofensiva.
Meghan participou num sequestro simulado
Depois de receber ameaças “absolutamente assustadoras” assim que se juntou à família real, a duquesa teve algumas sessões de treino para aprender técnicas de autodefesa: participou num sequestro simulado e recebeu informação sobre como estabelecer uma relação com os seus sequestradores, acrescenta o Daily Mail. Os treinos duraram dois dias. Uma fonte disse aos autores que Meghan considerou a experiência de receber ameaças “extremamente intensa e assustadora”.
Hackers russos roubaram centenas de fotos pessoais
Em setembro de 2018, segundo o livro, hackers russos conseguiram roubar centenas de fotografias pessoais dos duques de Sussex, ao ganharem acesso a uma conta online onde estariam as mesmas imagens — algumas delas, nunca antes vistas, eram de Harry e Meghan e ainda da Rainha, e foram tiradas no casamento.
A tristeza dos duques por o Palácio não clarificar histórias falsas
Muito do incómodo que se terá gerado entre os duques de Sussex e a casa real foi o facto de o casal não se sentir apoiado pela instituição, sobretudo por o palácio não clarificar histórias falsas, algo que deixava Harry e Meghan particularmente tristes. Ainda em julho foi notícia que a duquesa se sentiu “desprotegida” pela família real face às acusações feitas contra ela na imprensa britânica no período em que estava grávida. As afirmações fazem parte de documentos legais que correspondem à ação interposta pelos Sussex contra a empresa Associated Newspapers Limited (ANL), que detém o Mail on Sunday e o Mail Online.
Meghan ajudou Harry a “despertar” para causas sociais
O livro atribui a Meghan Markle grande parte da responsabilidade pelo facto de Harry se ter tornado num homem de causas, sobretudo no que aos temas da saúde mental e do racismo dizem respeito. Os autores referem que Harry se sentiu “extremamente protetor de Meghan” e que ficou chocado com a forma como a mulher foi tratada — tanto por pessoas do círculo mais íntimo dos duques de Sussex, como pela própria imprensa britânica. O livro alega que a duquesa considerou que algumas das histórias publicadas em tabloides, bem como alguns comentários, foram além de um eventual choque de culturas e foram produto de visões sexistas e até preconceituosas.
A suposta conta de Instagram do príncipe Harry
Pouco depois do primeiro encontro de Harry e Meghan, a duquesa começou a seguir uma conta de Instagram chamada “@SpikeyMau5”, que supostamente pertencia ao príncipe — curiosamente, uma procura rápida permite perceber que a conta tem zero publicações e segue zero pessoas, sendo que na descrição lê-se apenas “Não sou o príncipe Harry” em inglês.
Harry alegadamente lê comentários sobre si mesmo
O hábito não será novo, até porque já antes se falou no assunto, mas aparentemente Harry lê os comentários que se escrevem sobre ele, sobretudo os negativos, perdendo tempo a ler o que as pessoas escrevem sobre a sua pessoa no fim de artigos publicados nos tabloides.
Meghan é uma mulher de fé
A fé ocupa um lugar de destaque na vida de Meghan Markle. Conversas que a atriz tem com Deus, de acordo com os autores do novo livro, permitiram-lhe ultrapassar “os momentos mais negros”. A duquesa costumava ainda reunir o elenco da série “Suits” num “círculo de reza” antes das filmagens.