As autoridades tailandesas anunciaram esta sexta-feira o prolongamento até 31 de setembro do estado de emergência decretado para combater a Covid-19, apesar de quase três meses sem contágios locais e no contexto de grandes manifestações estudantis contra o Governo.

O Centro de Gestão da Situação do Covid-19 (CCSA), que inclui vários especialistas e governantes, incluindo o primeiro-ministro, Prayut Chan-ocha, e o ministro da Saúde, Anuntin Charnvirakul, anunciou hoje a quinta extensão do estado de emergência desde o início da pandemia.

As autoridades argumentaram que a medida é necessária para manter o controlo sobre as pessoas que chegam do exterior, apesar de quase 90 dias sem detetar contágios locais, refere a agência de notícias espanhola EFE.

A Tailândia confirmou hoje um novo caso importado de infeção com Covid-19, atingindo 3.390 casos desde o início da pandemia, incluindo 58 mortes, dos quais 171 casos ainda estão ativos.

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Nas últimas semanas, milhares de universitários e estudantes de escolas públicas saíram às ruas de várias cidades do país, especialmente Banguecoque, para protestar contra o executivo de Prayut, o general que liderou o golpe de estado em 2014 e que revalidou o seu cargo em 2018 durante uma eleição com as leis a seu favor.

Os manifestantes exigem reformas democráticas e a redução do poder dos militares e da monarquia.

Entre quarta e quinta-feira, a polícia tailandesa prendeu nove pessoas ligadas à organização dos protestos sob a acusação de sedição, punível com até sete anos de prisão, e de violação da proibição de manifestações durante a pandemia, entre outras acusações.

A Tailândia também enfrenta um forte impacto económico, com previsão para este ano de queda entre 7,2 e 7,8% do produto interno bruto, já que a pandemia desacelerou as exportações e forçou o encerramento de fronteiras e a suspensão do lucrativo setor de turismo internacional.