A empresa farmacêutica Moderna apresentou, esta quarta-feira, os resultados provisórios dos ensaios clínicos da vacina mRNA-1273 contra o SARS-CoV-2 ao Comité de Aconselhamento de Práticas de Imunização do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças norte-americano, informou a empresa em comunicado enviado às redações. Os adultos mais velhos vacinados parecem dar uma resposta equivalente aos adultos mais jovens.

Entre os resultados apresentados ao CDC, a novidade estava, precisamente, nos resultados provisórios dos ensaios com adultos mais velhos, acima dos 56 anos, e conclusão foi que a resposta imunitária desencadeada pela vacina (na dose de 100 microgramas) era comparável com a que tinha sido registada nos adultos mais jovens, entre os 18 e os 55 anos. Ainda, que esta dose era, regra geral, segura e bem tolerada pelos adultos acima dos 56 anos.

Os níveis de anticorpos foram comparados com os de doentes recuperados da Covid-19. Os três grupos etários — 18-55, 56-70 e maiores de 71 anos — apresentaram, um mês após vacinação, um nível tão alto ou maior de anticorpos que o plasma convalescente. Isto para as doses de 100 e 250 microgramas, porque a de 25 microgramas teve uma resposta imunitária mais fraca.

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Investigadores externos a esta investigação alertam, no entanto, que é preciso cautela nesta comparação porque os anticorpos produzidos pelas pessoas infetadas naturalmente com o coronavírus é muito variável e ainda não se sabe o que significa a quantidade de anticorpos produzida na capacidade de resposta do doente ou no tempo de recuperação. De lembrar também, que o próprio plasma convalescente ainda não demonstrou, sem sombra de dúvidas, ser eficaz no tratamento e recuperação dos doentes com Covid-19.

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Os primeiros resultados dos ensaios clínicos de fase 1 foram conhecidos em maio, através de um comunicado de imprensa e publicados em julho na revista científica The New England Journal of Medicine. Já os resultados agora apresentados ainda não foram publicados em nenhuma revista científica.

A Moderna foi a primeira farmacêutica a iniciar os ensaios clínicos de fase 1 de uma vacina contra o SARS-CoV-2. Na primeira fase, pretendiam testar a segurança da vacina, com três doses diferentes (25, 100 e 250 microgramas). A maior parte dos efeitos secundários foram leves ou moderados, e limitados no tempo, dizem os investigadores, mas alguns efeitos adversos da dose mais alta fizeram abandonar esta opção nos ensaios posteriores. Os efeitos secundários foram mais comuns e mais severos depois da segunda dose da vacina.

Outro dos objetivos, nesta primeira fase, era verificar se havia uma resposta imunitária, ou seja, se o sistema imune era capaz de reconhecer o agente estranho e produzir uma resposta para o atacar. A farmacêutica relata que houve produção de anticorpos — incluindo os anticorpos neutralizantes, que destroem o vírus, após a segunda dose — e células T (outra forma de resposta imunitária, importante por ser mais duradoura).

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Estes resultados não permitem, no entanto, dizer se a vacina é eficaz a proteger contra a infeção com o coronavírus ou não. Esse será o objetivo da fase 3, que arrancou no final de julho e que pretende recrutar 30 mil voluntários nos Estados Unidos. Em curso está também um ensaio de fase 2 que, mais uma vez, serve para testar a segurança e imunogenicidade (capacidade de gerar resposta imunitária).