O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, disse este domingo que o primeiro-ministro português, António Costa, está preocupado com as movimentações de cidadãos da Guiné-Bissau pela Europa, devido à covid-19.
Em declarações aos jornalistas no aeroporto de Bissau, antes de viajar para o Níger, onde participa na segunda-feira numa cimeira de líderes da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO), Umaro Sissoco Embaló disse ser “uma vergonha” o comportamento de “alguns guineenses” na Europa.
“O primeiro-ministro português pediu-me que falasse com a nossa comunidade que está a importar o coronavírus. Estou triste com isso, porque é uma vergonha. Não se pode estar num país e não se comportar bem”, observou o chefe de Estado.
Elementos da comunidade guineense na diáspora, sobretudo os residentes na Europa, nomeadamente em Portugal, têm vindo a manifestar-se para chamar a atenção sobre a situação política no país, decorrente das últimas eleições presidenciais, realizadas em dezembro passado.
A comunidade guineense tem realizado vários protestos em Lisboa e também junto ao parlamento europeu, em Bruxelas, contra a situação política no país.
Uma outra iniciativa semelhante terá lugar no próximo dia 24, data em que se assinala o 47.º aniversário da independência do país, em Genebra, na Suíça.
Sobre estas manifestações, Sissoco Embaló afirmou que disse a António Costa lamentar que “ainda haja alguns filhos da Guiné que só sabem fazer mal ao país”.
No seu entender, “um bom filho não faz mal ao seu próprio país”.
“Disse ao primeiro-ministro de Portugal que na Guiné-Bissau as pessoas têm noção da situação provocada pelo coronavírus, mas, às vezes, as pessoas agem pela sua inocência”, defendeu o Presidente guineense.