A Uber anunciou esta terça-feira que “planeia tornar-se numa plataforma de mobilidade com zero emissões até 2040”. Além disso, a empresa de TVDE (transporte individual e remunerado de passageiros em veículos descaracterizados) afirma que, “até 2025, 50% do total de quilómetros percorridos em sete capitais europeias (Lisboa, Amesterdão, Berlim, Bruxelas, Londres, Madrid e Paris) serão em VZE (Veículos Zero Emissões). Para arrancar com este projeto, a empresa anunciou uma parceria com a LeasePlan para alugar carros a motoristas que usem a app.
A Uber anuncia hoje o compromisso global em tornar-se numa plataforma de mobilidade de zero emissões até 2040 em 10.000 cidades e seis continentes com 100% das viagens a serem realizadas através de VZE, transportes públicos e micromobilidade”, diz a empresa em comunicado.
Depois de, a 16 de julho, a empresa ter passado a aceitar apenas carros elétricos nas nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto e nos distritos de Braga e de Faro, vem agora anunciar mais uma decisão para o seu objetivo de acelerar a eletrificação das viagens que gere. Com a parceria com a LeasePlan, a Uber afirma que quer dar “acesso a veículos elétricos a preços mais acessíveis, através de um produto renting [de aluguer] com todos os serviços incluídos”.
Uber só vai aceitar carros elétricos a partir de 16 de julho nas grandes cidades
Em 2016, a Uber estreou o UberGreen em Portugal, uma opção de viagem só para carros elétricos e, quatro anos depois, quer que essa opção passe a ser a norma da plataforma. Quanto ao UberGreen, a empresa diz que vai “continuar a expansão em toda a Europa – ao crescer das atuais 37 cidades para 60 cidades até ao final de 2021”, como França e o Reino Unido. De acordo com a Uber, este serviço elétrico vai passar a estar presente em 80% do negócio europeu da empresa “até ao final de 2021”.
Estes compromissos fazem parte da nossa rota para nos tornarmos uma aplicação de mobilidade de zero emissões até 2040 e para que continuemos a contribuir para cidades cada vez mais sustentáveis”, diz Manuel Pina, diretor-geral da Uber em Portugal.
De forma a alavancar este projeto, a Uber relembra que, em 2019, criou um acesso aos motorista a uma “rede exclusiva” para carregamento de carros elétricos. O projeto é fruto de uma parceria entre a plataforma e a startup portuguesa Power Dot, que disponibiliza vários pontos de carregamento em Portugal para este tipo de transporte.
Uber aposta em startup portuguesa para criar rede de carregamentos elétricos para motoristas
Contudo, sendo uma promessa a nível europeu, a Uber anunciou também que fez uma parceria com a Renault-Nissan para venda aos motoristas de carros elétricos “a preços acessíveis” no Reino Unido, França e Holanda. Além disso, no Reino Unido e em França a empresa fez parcerias com a BP e a EDF, respetivamente, para criar pontos de carregamento elétricos com preços mais baratos para os seus condutores.
O Presidente da associação ambientalista ZERO, Francisco Ferreira, afirma que estas promessas da Uber criam “um precedente para que todos os serviços rodoviários que efetuem muitos quilómetros nas cidades deixem de recorrer a motores de combustão e passem rapidamente a contribuir de forma muito significativa para a redução da poluição do ar”.
Em Portugal, a Uber diz que já foram realizadas mais de sete milhões de viagens 100% elétricas através do Uber Green: “A Uber estima que as viagens feitas por veículos elétricos através da aplicação já pouparam 9 mil toneladas de emissões CO2, o que equivale a 37 mil viagens de avião entre Lisboa e Nova Iorque”.
Nos últimos meses a Uber tem apostado em novos serviços através das suas plataformas, devido ao impacto da pandemia e outras adversidades que tem encontrado nos mercados em que opera. No final de agosto, a Uber e a concorrente norte-americana Lyft estiveram quase a cessar as operações na Califórnia — o estado dos EUA onde estas empresas têm a sede e os maiores mercados — se não contratassem todos os motoristas. A medida foi suspensa até outubro, quando haverá nova decisão do tribunal.