França “não vai entrar numa lógica de confinamento generalizado”, mas há agora 42 regiões no nível máximo de alerta em relação à pandemia de Covid-19, cabendo às autoridades locais a liberdade de adotarem medidas mais restritivas, informou esta sexta-feira o primeiro-ministro francês, Jean Castex.
As autoridades francesas anunciaram esta sexta-feira 9.406 novos casos de Covid-19. O número é inferior ao desta quinta-feira, quando foram confirmados 9.843 casos, um recorde desde o início da pandemia, mas permanece acima dos 9.000 pelo segundo dia consecutivo. O total de casos confirmados no país é agora de 363.350, o que faz de França um dos países europeus mais afetados pelo novo coronavírus. O número de mortes é agora 30.893.
Jean Castex explicou durante uma conferência de imprensa, onde apresentou as novas medidas de contenção da propagação do novo coronavírus, depois de o país ter registado um aumento significativo no número de novos casos, seguindo a tendência europeia, que Marselha, Bordéus e a Guadalupe, zonas onde a situação se está a degradar rapidamente, deverão apresentar ao Governo novas medidas até segunda-feira.
Uma das principais medidas anunciadas esta sexta-feira foi a redução do período de isolamento obrigatório em caso de suspeita de Covid-19 de 14 dias para sete. Assim, quem esteve em contacto com um caso positivo sem ter teste positivo ou um teste positivo sem sintomas passa a ter um período mais curto de isolamento. Em caso de teste positivo sem sintomas, o teste deve ser repetido após sete dias.Esta medida já tinha sido avançada esta semana pelo Conselho Científico, que aconselha o Governo na gestão da crise.
O próprio primeiro-ministro está quase a terminar o seu período de isolamento, depois de ter estado em contacto com um caso positivo. O primeiro teste de Castex deu negativo e o líder do executivo deve ser novamente testado este sábado.
“Analisámos a evolução da situação epidemiológica e constatamos uma degradação manifesta. O vírus circula cada vez mais em França”, afirmou Castex durante a tarde desta sexta-feira, depois de mais um Conselho de Defesa dedicado à Covid-19, com o Presidente, Emmanuel Macron, membros do Governo e especialistas de diversos campos face à pandemia. Segundo o primeiro-ministro, as pessoas “baixaram a guarda durante o verão”. “Apelo a que todos ajam o mais civicamente possível”, declarou.
Apesar de o país estar agora a testar quase um milhão de pessoas por semana, o primeiro-ministro esclareceu que os testes vão passar a ser prioritários para quem tem sintomas, quem esteve em contacto com um doente positivo e para quem trabalhe num hospital ou num lar de idosos. Castex avançou ainda que serão contratados mais dois mil profissionais de saúde para ajudar a identificar quem esteve em contacto com os infetados.
A taxa de positividade dos testes mantém-se nos 5,4% (há um mês a percentagem era de 1,6%). O número de focos de contaminação tem vindo também a aumentar — nas últimas 24 horas, foram detetados 106, havendo atualmente 715 focos ativos em França.
Artigo atualizado às 19h49 com novos dados relativos a esta sexta-feira