A Rússia anunciou esta quarta-feira a ampliação da sua lista de cidadãos da União Europeia (UE) impedidos de entrar no país, uma decisão apresentada como uma resposta a recentes iniciativas “hostis” por parte do clube europeu.

“Prevenimos a União Europeia mais que uma vez sobre o caráter destrutivo do seu comportamento”, referiu em comunicado o ministério russo dos Negócios Estrangeiros mas sem indicar o motivo preciso desta decisão que, no entanto, coincide com as crescentes críticas europeias desde o alegado envenenamento do opositor Alexei Navalny.

O ministério limitou-se a precisar que a lista de indivíduos e das organizações europeias banidas foi alargada para estar “em paridade” com a lista elaborada pela UE e dirigida à Rússia.

Se a UE prosseguir com esta abordagem conflituosa, reservamo-nos no direito de tomar as medidas adequadas”, prossegue o comunicado.

Esta quarta-feira, a porta-voz da diplomacia russa Maria Zakharova, sem estabelecer uma relação destas sanções com o caso de presumível envenenamento, denunciou “a campanha de desinformação em torno do cidadão russo Navalny orquestrada pelos países ocidentais, os seus dirigentes, os seus representantes oficiais”.

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“Simplesmente, consideramos esta retórica inaceitável. Não existe qualquer prova contra a Rússia”, disse.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, evocou recentemente a possibilidade de uma “lei Navalny”, como veículo para eventuais sanções. A Alemanha também admitiu refletir sobre medidas punitivas. Os países da UE apelaram à Rússia para esclarecer o que definem como tentativa de assassinato, e que Moscovo recusa ao considerar não existir qualquer indício sobre a prática de um crime.

Alexei Navalny sentiu-se mal durante um voo, na Rússia, em 20 de agosto, e foi de início admitido num hospital siberiano antes de ser transferido para a Alemanha, onde as análises laboratoriais indicaram envenenamento por Novitchok, uma substância neurotóxica concebida por especialistas soviéticos e com fins militares.

Moscovo denunciou as “acusações infundadas” e acusou a Alemanha de não partilhar o dossier médico de Navalny.