O empresário Mário Ferreira, acionista da Media Capital com 30,22% do capital do grupo, entregou esta segunda-feira uma queixa na Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) contra o grupo Cofina pelo ataque de que considera ser vítima. A queixa foi entregue ao final desta tarde e confirmada pelo empresário à TSF e à Agência Lusa.

De acordo com Mário Ferreira, nos últimos meses houve mais de 250 notícias nos órgãos de comunicação social do grupo Cofina — do qual fazem parte, entre outros, o Correio da Manhã, o Jornal de Negócios e a Sábado — sobre o empresário, dono da Douro Azul. Se for tido em conta o universo Media Capital, segundo o empresário, são mais de mil notícias.

Mário Ferreira entendeu que ficava claro que o objetivo da Cofina era condicionar as decisões da ERC e da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

“Há uma clara perseguição e tentativa de manipulação dos mercados com o objetivo de baixar preços, afastar potenciais investidores e comprar ao desbarato”, disse à agência Lusa o empresário, que em 14 de maio comprou, através da Pluris Investments, 30,22% da Media Capital, dona da TVI, por 10,5 milhões de euros.

Em 21 de julho, fonte oficial da CMVM disse à Lusa que este organismo está a analisar a relação entre a Prisa, que controlava a Media Capital através da Vertix, e a Pluris; e o impacto na estrutura de controlo da Media Capital. Também a ERC informou que está a analisar as mudanças na estrutura acionista da TVI.

No dia seguinte, a Media Capital classificou de “enorme gravidade” o comunicado da ERC que refere que está a analisar as mudanças na estrutura acionista da TVI. Afirma ainda que “parece evidente” que a Cofina consegue “instrumentalizar” a ERC. A acusação de instrumentalização da ERC foi refutada pela Cofina.

Em 15 de setembro, a ERC confirmou que as audições sobre as mudanças na estrutura acionista da Media Capital iniciaram-se em 9 de setembro. Contudo, em 17 de julho a ERC já tinha comunicado ao mercado que, “tendo tomado conhecimento de mudanças relevantes na estrutura da TVI”, estava a “avaliar o âmbito das mesmas e eventual configuração de nova posição”.

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