É numa quente tarde de setembro que Olívia Ortiz visita o enoturismo da José Maria da Fonseca, para conhecer mais sobre a história do Periquita. A aproveitar o final do verão e a companhia de duas amigas, Ana Sofia Custódio e Inês Blanche, é aqui que vem ganhar fôlego e ideias para as próximas semanas, que, à semelhança dos últimos anos, prometem muito trabalho.
À entrada, são recebidas pela guia da Casa Museu José Maria da Fonseca, que começa por lhes contar um pouco da história do espaço e da empresa. Apaixonada pelos detalhes, Olívia aprecia cada momento e pormenor deste edifício onde residiu a família Soares Franco, até anos 70 do século XX. Construído no século XIX, e restaurado em 1923 por Ernesto Korrodi, arquiteto suíço naturalizado português (pioneiro da Arte Nova em Portugal), é acompanhado de jardins que convidam ao passeio e alimentam a criatividade de Olívia. “Sou muito empenhada em tudo o que faço. Deixo muito do meu amor e da minha personalidade nos meus projetos, e essa é uma das partes mais interessantes da comunicação digital: mostras-te realmente na tua verdadeira essência.”
A sua paixão é a comunicação, apesar da formação académica ter sido numa área totalmente diferente: a fisioterapia. “Quando descobri que tinha este bichinho de partilhar um pouco do meu mundo com as pessoas que me rodeiam, acabei por enveredar pelo caminho da televisão, onde tenho trabalhado como apresentadora da TVI”. Daí para o mundo digital, foi um passo lógico: “Desenhei um percurso muito pessoal e onde consigo fazer uma escolha mais direta do que eu quero mostrar do meu lifestyle, da minha vida e um pouco do que é o meu dia a dia”.
No mundo digital
À medida que vai descobrindo o espaço, surge a vontade de partilhar através de fotos e de “stories”, na sua conta de Instagram, tudo o que vai acontecendo. Esta possibilidade de trabalho nas plataformas digitais “foi uma descoberta muito engraçada”, conta. “Porque eu nem sabia que tinha interesse nesta área. É claro que, quando se faz um percurso como o meu, da televisão para o digital, tem-se muito mais recursos e ferramentas”, adianta. No entanto, há especificidades: “Quando criamos os conteúdos nas redes digitais, acabamos por trabalhar muito uma única pessoa, que somos nós: da conceção da ideia à criação de conteúdos, passando pela produção (que inclui espaços, guarda-roupa, etc.), e temos um controlo total sobre o resultado final”. Também por essa razão, sente que é mais genuína nas suas partilhas: “Mostro-me mais como realmente sou, com as minhas vulnerabilidades e as minhas inseguranças”.
Amizade: o melhor da vida
Aqui entra o papel determinante dos amigos: a sua força e fonte de aprendizagem. “Eles são os meus maiores críticos, mas também os maiores apoiantes. São aquelas pessoas em que eu posso realmente confiar para me dizerem a verdade.” É também com eles que partilha o seu sucesso e a celebração de todas as vitórias, das mais pequenas às maiores. “Quando as coisas são fáceis não têm o mesmo gosto. O sabor da conquista é muito importante para a nossa valorização pessoal, para a nossa autoestima. E para percebermos até onde podemos realmente chegar.”
A conversa é interrompida no momento em que chegamos a um dos pontos altos da visita: a Adega da Mata, onde estagia o Periquita, entre outros néctares. Mas o que se segue é ainda melhor: passando por um caminho ladeado de bambus, abre-se uma clareira onde a família de vinhos Periquita — o branco, o tinto e o rosé — espera a chegada das visitas. Agora é tempo de saborear, criar memórias e celebrar a vida. “Estes momentos são particularmente importantes depois do tempo de confinamento, em que ficámos circunscritos às nossas quatro paredes. Eu, que vivo numa casa sem varanda, estava com muita vontade de aproveitar o ar livre e de me reunir com as minhas amigas. Estamos a apreciar a companhia umas das outras, o ambiente e o vinho, a esquecer todo o stresse, todos os problemas e a focar-nos apenas nas pessoas com quem estamos naquele momento. É do melhor que há.”