O Presidente russo, Vladimir Putin, disse na quarta-feira ao seu homólogo francês, Emmanuel Macron, que tentativas de interferir nos assuntos de um país soberano são “inaceitáveis” no quadro das discussões sobre a Bielorrússia, indicou o Kremlin.
A “posição de princípio” da Rússia é de que “todas as tentativas de interferir nos assuntos internos de um Estado soberano e pressões externas sobre autoridades legítimas são inaceitáveis”, afirmou a presidência russa, citada pela AFP.
A conversa telefónica entre Putin e Macron ocorreu após um encontro, em Vílnius, capital da Lituânia, entre o Presidente francês e a líder da oposição bielorrussa, Svetlana Tikhanovskaya.
Em visita à Lituânia, o chefe de Estado francês pediu na terça-feira uma mediação internacional para organizar novas presidenciais na Bielorrússia, controladas pela comunidade internacional, dado que as de agosto são consideradas fraudulentas pela oposição e por países ocidentais. Centenas de milhares de bielorrussos têm protestado nas ruas, em manifestações reprimidas pelas autoridades, desde as presidenciais que estenderam o mandato de 26 anos de Alexander Lukashenko, atribuindo-lhe 80% dos votos. Svetlana Tikhanovskaya, a sua principal rival, obteve 10%.
Já sobre o conflito do Nagorno-Karabakh, uma região azeri separatista onde desde domingo decorrem combates mortíferos, Putin e Macron apelaram para o fim “completo” dos combates e disseram que estão prontos para intensificar os esforços diplomáticos para ajudar a resolver o conflito, afirmou o Kremlin. “Vladimir Putin e Emmanuel Mácron exortaram as partes em conflito ao cessar-fogo e, o mais rapidamente possível, a reduzir as tensões e a mostrar o máximo de contenção”, declarou a presidência russa.
Os dois presidentes referiram estar “preparados” para a adoção de um comunicado emitido em nome dos copresidentes do Grupo de Minsk – Rússia, França e Estados Unidos — a pedir o fim imediato das hostilidades, acrescentou o Kremlin.
Desde domingo que as forças do enclave separatista apoiadas pela Arménia, um país de religião cristã ortodoxa, e as do Azerbaijão se confrontam nos combates mais sangrentos desde 2016. Mais de 80 mortos foram já confirmados no ressurgimento do conflito.