A marca italiana Gucci lançou um vestido para homens, que faz parte da coleção outono/inverno de 2020. A peça custa 1.900 euros e serve para “romper os estereótipos tóxicos que moldam a identidade de género masculino”, pode ler-se no site da marca.
“Inspirado pelos visuais ‘grunge’ dos anos 90 e sobrepondo-se a uns ‘jeans’ rasgadas, esta peça em tartan possui cores delicadas e reflete a ideia de fluidez, explorada pela coleção outono inverno 2020”. É assim que a Gucci descreve a peça de roupa, feita 100% de algodão e que é comparada a um vestido.
Com esta peça de roupa, a marca quer colocar-se na dianteira da defesa dos direitos das pessoas transgénero, defendendo “um mundo onde qualquer tipo de expressão de género é tratado com igualdade”, lê-se na plataforma da Gucci Chime for Change, exclusivamente dedicada ao tema.
Desde que assumiu o cargo de diretor criativo da Gucci em 2015, Alessandro Michele impulsionou a tendência sem género dentro da marca italiana e em 2016 a marca de luxo já tinha sido a primeira a apostar numa modelo transgénero — Hari Nef.
O diretor criativo confessou que queria pensar fora da caixa e trazer uma lufada de ar fresco à moda. Admitiu que pensava que “ia ser despedido” no dia a seguir ao seu primeiro desfile, mas confessou que “não tinha nada a perder”, agradecendo a confiança a Marco Bizzarri, CEO da Gucci, disse em entrevista ao The New York Times.
Sob a direção criativa do italiano, as vendas da marca de luxo têm registado uma forte subida. Em 2019, a Gucci aumentou a sua faturação em 22%, em comparação com o ano anterior — faturando quase 10 mil milhões de euros.