A agência de rating DBRS Morningstar disse esta quinta-feira que os bancos portugueses têm a maior proporção de moratórias do total bruto de créditos, de entre 45 bancos europeus analisados. “Os bancos portugueses têm a maior proporção de moratórias garantidas por crédito bruto nos bancos na análise, representando cerca de 22% do total bruto de crédito, seguidos pelos bancos na Irlanda (13%), Reino Unido (10%), e Itália e Espanha (9%)”, pode ler-se no relatório divulgado esta quinta-feira.

Em Portugal, os bancos analisados foram o BCP, o Banco Montepio e o Novo Banco. Mas uma percentagem exatamente igual – 22% – foi calculada pelo Banco de Portugal no último “Relatório de Estabilidade Financeira”, conhecido no final de junho. Referindo-se ao setor como um todo, o Banco de Portugal indicou nessa altura que esses 22% representavam 39 mil milhões de euros em créditos que não estão a ser pagos nas circunstâncias normais.

Bancos têm 39 mil milhões de euros de créditos em moratória, 22% do total

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O documento da DBRS dá ainda conta que “o maior uso das moratórias legais foi registado em Portugal (88% do total), Espanha (71%), Suécia (67%) e Itália (66%)”.

Os bancos europeus analisados “garantiram cerca de 851 mil milhões de interrupções ou moratórias de pagamento no final de junho de 2020, o que representa cerca de 7% do agregado bruto de crédito nessa data”, diz a agência de notação financeira.

Os bancos no Reino Unido e em Espanha tiveram a maior percentagem de moratórias garantidas em termos absolutos entre esses bancos [os 45 analisados], representando 29% e 22% do total das moratórias garantidas pelos bancos, respetivamente, seguidos pelos bancos de França e Itália”, pode também ler-se no documento.

A DBRS referiu também que o nível do aumento de moratórias “também pode estar correlacionada com o impacto da Covid-19 no todo da economia dos países onde os bancos operam”. “Como resultado, vemos que os bancos na Suécia, Alemanha, Finlândia e Países Baixos parecem ter providenciado uma proporção menor de moratórias de crédito comparando com bancos noutros países” mais afetados, segundo a DBRS.

No total dos 45 bancos analisados, “53% dos empréstimos com moratória foram garantidas às famílias (largamente a hipotecas), 45% a empresas não financeiras (25% para Pequenas e Médias Empresas e 20% para grandes empresas)”.