A BMW informou que está a braços com um problema com os seus modelos híbridos, fabricados entre Janeiro e Setembro de 2020. Segundo o Observador conseguiu apurar, o problema reside não nas células, mas sim em impurezas que se podem acumular em alguns locais no pack de baterias, que podem provocar um aquecimento excessivo, que se auto-alimenta – conhecido em inglês como thermal runaway – e que acaba por se transformar num incêndio, que pode levar à destruição do veículo.
De acordo com a BMW Portugal, foram comercializados 470 unidades suspeitas no nosso país, com emblemas da BMW e Mini, tendo-se registado já alguns princípios de incêndio. Entre os modelos envolvidos, na BMW destacam-se os Série 3, 5 e 7, além dos X1, 2, 3 e 5, passando pelo Série 2 Active Tourer e i8. A Mini está representada nesta listagem problemática pelo Mini Countryman, todos eles PHEV.
Aos clientes que já receberam os seus veículos com risco de incêndio, a BMW informa que os técnicos da marca na Alemanha procuram com afinco uma solução, sendo previsível que esta possa surgir no final do mês. Até lá, a marca bávara aconselha que não se recarregue a bateria e que se conduza no modo Max eDrive, que tenta assegurar uma total utilização da energia armazenada na bateria, mantendo-a vazia ou com muito pouca carga, minimizando os riscos. O construtor sugere ainda que o condutor utilize o programa automático da caixa de velocidades, não utilizando o modo Sport nem as patilhas junto ao volante para trocar de mudança.
Aos compradores recentes, que ainda aguardam os seus BMW e Mini PHEV, foi-lhes pedido que esperem um pouco mais, uma vez que a entrega das unidades problemáticas foi suspensa. Contudo, segundo a marca, é-lhes proposta uma solução de mobilidade durante o período que deverá prolongar-se até final do mês.
O risco de incêndio destes modelos da BMW e da Mini foi originalmente descoberto em Setembro e, no dia 30, as autoridades americanas e canadianas foram informadas do problema, uma vez que prevêem multas elevadas caso a informação não seja avançada assim que disponível, isto apesar do reduzido número de unidades de PHEV que foram transaccionadas nos respectivos países. De seguida, foram as autoridades alemãs a tomar conhecimento do problema, surgindo depois Portugal, onde foram comercializados 470 veículos, 197 dos quais já entregues a clientes. Isto num universo total de 26.900 fabricados entre Janeiro e Setembro de 2020, a esmagadora maioria adquirida por clientes europeus.