O Presidente norte-americano Donald Trump, que se recandidata às eleições de novembro, mantém uma conta bancária na China, revela o The New York Times. Trata-se de uma conta controlada pela empresa Trump International Hotels Management LLC e que, entre 2013 e 2015, pagou quase 200 mil dólares em impostos ao Estado chinês – mais do que Trump terá pago em impostos nos EUA, segundo já tinha revelado o mesmo jornal.

Um advogado ligado à campanha de Trump confirma que essa conta bancária existe, uma conta “aberta num banco chinês que tem sucursais nos EUA e com o objetivo de poder pagar os impostos que lá são devidos”, isto é, na China, um mercado onde empresas de Trump há muito tentam entrar e se afirmar. Essa conta foi aberta depois de essa empresa controlada por Trump ter aberto um escritório na China com o objetivo de “explorar possíveis oportunidades de negócios hoteleiros na Ásia”.

A campanha de Trump acrescenta, no entanto, que “nunca foram feitos quaisquer negócios ou transações e, a partir de 2015, essa conta tem permanecido inativa”, isto é, “embora continue aberta nunca foi usada para qualquer outro propósito” além de pagar os impostos devidos pelo facto de o escritório existir. E terão sido 188.561 dólares (quase 160 mil dólares) em impostos pagos entre 2013 e 2015, segundo mostram os documentos vistos pelo The New York Times. O mesmo jornal noticiou, há semanas, que Trump terá pago apenas 750 dólares nos EUA em 2016 e 2017.

Na ótica do The New York Times, esta conta bancária é uma revelação que poderá causar um abalo na mensagem que é frequentemente transmitida por Trump, no âmbito da campanha presidencial em curso: de que Trump, muito mais do que Biden, oferece garantias de ser independente e duro com a China, rebatendo a sua ascensão económica global e responsabilizando-a pela forma como o surto do novo coronavírus se transformou numa pandemia internacional.

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