A empresa que mais vendeu ao Estado português, quando se fala em despesas e investimentos no combate à pandemia, foi a GLSMed Trade, uma unidade do grupo Luz Saúde, que é controlada pelos chineses da Fosun e pela seguradora Fidelidade (que, por sua vez, também tem como acionista os chineses da Fosun). Só a Direção-Geral de Saúde (DGS) fez compras a esta empresa de distribuição de produtos, equipamentos e dispositivos médicos no valor de 32,7 milhões de euros, revela uma análise aprofundada de contratos públicos que foi feita pelo jornal Público e que é publicada esta quarta-feira.

Tal como outros privados, os hospitais do grupo Luz Saúde sofreram um impacto negativo causado pela pandemia – entre 70% e 80% de quebra na atividade reportada em abril, devido ao cancelamento de atos médicos não urgentes – mas na perspetiva da distribuição de produtos e equipamentos de saúde os negócios aumentaram. O jornal Público encontrou 24 contratos feitos entre o Estado e a GLSMed Trade, a tal subsidiária do Grupo Luz Saúde, no valor de 19,7 milhões de euros em equipamentos de proteção individual e 18,3 milhões de euros em testes. Testes que, acrescenta o jornal, com base no que foi dito por fonte oficial do grupo, são produzidos pela farmacêutica chinesa Fosun Pharma.

Segundo as contas do Público, a GLSMed Trade recebeu um total de 38,3 milhões de euros em faturação relacionada com o combate à pandemia. Além da DGS, os principais contratantes foram os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (2,7 milhões de euros), o Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central e a Câmara de Lisboa (com cerca de 659 mil euros cada).

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