O entendimento entre Madrid e o Governo central espanhol está a ser difícil de alcançar. O ministro da Saúde da capital espanhola, Enrique Ruiz Escudero, fez o que tinha anunciado: pediu à equipa de Pedro Sánchez que decretasse o recolher obrigatório, não só na sua região, mas em todo o país. A notícia é avançada pelo jornal El Español. Já o ABC anuncia que está para breve um anúncio da presidente da Comunidade de Madrid, Isabel Díaz Ayuso, que passará por restringir a circulação dos madrilenos entre a meia-noite e as seis da manhã.

O contra-ataque não se fez esperar. Na reunião desta quarta-feira entre a comunidade autónoma e o Ministério da Saúde espanhol, ficou claro o que o Governo quer em troca — Madrid tem de pedir formalmente a Sánchez que declare o estado de alarme. Mas não basta. O PP, partido de Isabel Díaz Ayuso, terá de apoiar a decisão do Governo.

Não é por acaso que surge esta exigência. Há poucos dias, a 9 de outubro, um telefonema entre Pedro Sánchez e Isabel Díaz Ayuso não terminou bem. Com a pandemia a piorar na capital, o chefe do Governo deu três opções a Madrid. Manter o confinamento em redor da região, pedir ao Governo a declaração do estado de alarme ou vê-lo ser decretado sem luz verde de Madrid. Foi este último cenário que acabou por se tornar realidade.

Segundo o El Español, no final da reunião a equipa de Diaz Ayuso deixou de falar em recolher obrigatório e preferiu antes falar em “restrições à mobilidade noturna”, algo que a comunidade poderá decidir sozinha. O Governo tem um entendimento diferente e o ministro da Saúde, Salvador Illa, frisou que se Madrid quiser impor restrições entre a meia-noite e as seis da manhã será preciso recorrer a um regime de exceção.

Enrique Ruiz Escudero insiste que não e o impasse parece estar de volta.

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