A Ferrari detectou a possibilidade de alguns dos seus desportivos revelarem uma tendência acima do normal para verem o seu vidro traseiro saltar, quando em movimento. Ao que parece, a maioria dos veículos envolvidos foi comercializada nos EUA, o que levou a Ferrari a informar a Administração Nacional da Segurança Rodoviária (National Highway Traffic Safety Administration, NHTSA), para de seguida realizar uma chamada à oficina das unidades afectadas.
O modelo em causa é o 812 Superfast, animado por um V12 atmosférico com 6,5 litros de capacidade e 800 cv de potência, que é capaz de empurrar o superdesportivo italiano até aos 340 km/h, depois de passar pelos 100 km/h ao fim de apenas 2,9 segundos. Sucede que a velocidades muito elevadas e devido às entradas de ar dinâmicas, cria-se uma sobrepressão dentro do habitáculo que “empurra” os vidros para fora. Os laterais estão protegidos pelas guias em borracha, mas o traseiro depende apenas da cola que o fixa ao portão.
De acordo com a documentação que a Ferrari entregou à NHTSA, um dos seus fornecedores não assegurou a limpeza perfeita da superfície em que deve colar o vidro. A cola não consegue assim aderir correctamente e, a 340 km/h, ou até mesmo a 200 km/h, a pressão leva o vidro a descolar e a saltar, desfazendo-se em mil pedacinhos assim que toca no solo ou em qualquer objecto.
Segundo o construtor italiano, há 1063 unidades do 812 Superfast com possibilidade de ver o vidro traseiro saltar, todos elas fabricadas entre 20 de Junho de 2017 e 15 de Junho de 2020. Depois disso, a Ferrari passou a solucionar o defeito originado pelo fornecedor com recurso a uma preparação extra das superfícies em plena linha de montagem.
Além das unidades exportadas para o mercado norte-americano, a marca reportou três casos similares que aconteceram na Alemanha, que foram devidamente sanados. Não foram comunicados mais casos no Velho Continente.