Vários processos de doentes de uma clínica de saúde mental na Finlândia foram hackeados e usados para chantagear os utentes. Alguns dos visados já receberam e-mails em que lhes é pedido o pagamento de 200€ a troco da salvaguarda de informação confidencial.

Em comunicado, a clínica Vastaamo disse que o caso já foi denunciado ao Centro Nacional de Ciber Segurança finlandês, à Autoridade Nacional de Supervisão para o Bem-estar e Saúde e ao Gabinete de Proteção de Dados do Provedor de Justiça finlandês. Para além disto, iniciou uma investigação conjunta com especialistas em proteção e segurança de dados independentes.

As informações acedidas pelos atacantes no passado dia 21 de outubro, receberam a atenção da primeira-ministra que tweetou no próprio dia: “Esta fuga de dados é chocante de várias maneiras. Agora as vítimas precisam de ajuda e apoio. O governo está a explorar maneiras de ajudar as vítimas. Ações por parte dos municípios e organizações também são necessárias”.

Por sua vez, a ministra do interior finlandesa também mostrou a sua solidariedade para com as vítimas do ataque, descrevendo-o, segundo o The Guardian, como um “ato chocante”. “Ajuda para assuntos de saúde mental estará disponível e pode ser acedida sem medo”, acrescentou.

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No comunicado publicado no site da clínica, é explicado que uma primeira invasão aos seus sistemas se deu em novembro de 2018 e a informação terá sido acedida entre esse mês e março de 2019. “É possível que pedaços de informação individual tenham sido acedidos ou copiados até março de 2019”, pode ler-se na nota. As investigações levadas até ao momento mostram que nenhum dado foi vazado desde então.

A Vastaamo notificou todos os seus utentes cuja informação foi roubada pelos hackers. Desde o dia 24 de outubro que algumas vítimas têm recebido nos seus emails mensagens de chantagem, exigindo o pagamento de uma compensação. As autoridades finlandesas não recomendam, no entanto, a que os doentes cedam à tentativa de extorsão, recomendando que seja feita uma denuncia à polícia local. Segundo o The Guardian, as autoridades finlandesas lançaram um website para apoiar as vítimas, onde fazem este tipo de apelos.

Não comuniquem com o criminoso — os dados provavelmente já foram vazados noutro sítio qualquer”.

Já de acordo com a ABC várias organizações finlandesas mobilizaram maneiras de ajudar os visados, criando linhas de apoio diretas a igrejas e outros serviços de terapia.