A notícia do dia é uma “boa notícia” também para Portugal. Depois de o CEO da farmacêutica norte-americana Pfizer, que está a desenvolver com os alemães da BioNTech uma vacina para a Covid-19, ter anunciado que os resultados dos testes mais recentes dão conta de uma alta taxa de eficácia da vacina, Graça Freitas aplaudiu o feito e afirmou que esta é uma das vacinas em estudo que está previsto Portugal vir a adquirir.

Falando na habitual conferência de imprensa na DGS, a diretora-geral de Saúde disse que se a vacina da Pfizer tiver o nível de eficácia anunciado, em torno dos 90%, será “uma das melhores vacinas que teremos” e que, por isso, “é uma boa notícia”. Esta vacina “é uma das que o país prevê adquirir”, sublinhou Graça Freitas.

Vacina da Pfizer tem 90% de eficácia. “Hoje é um grande dia para a ciência e a humanidade”, anunciou CEO da empresa

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No dia em que o boletim diário da pandemia dá conta de mais um máximo em número de mortes, Graça Freitas alertou ainda na conferência de imprensa que as pessoas não devem ir a correr fazer testes, sejam testes rápidos ou outros, sem indicação médica, apelando à “auto-disciplina”.

“As pessoas não deviam tomar a iniciativa de elas próprias pedirem testes, deviam esperar por uma requisição médica, por um conselho médico”, disse em jeito de “apelo à população”. “Não é de todo aconselhável fazer testes sejam eles quais forem sem prescrição médica”, disse a diretora-geral da DGS. “Era bom que nos disciplinássemos e que aguardássemos por uma prescrição médica para fazermos um teste”, insistiu, sublinhando a importância de manter a estratégia de vigilância e ação a funcionar.

Graça Freitas admitiu ainda a fiabilidade dos dados epidemiológicos recolhidos, uma vez que não são automáticos mas sim de preenchimento manual, com vários parâmetros. Quanto à lista de concelhos de risco — que têm mais de 240 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias — vai ser atualizada nos próximos dias, disse ainda, aconselhando a população a não se deslocar para estes 121 concelhos, apesar de não ser proibida a deslocação entre concelhos.

A diretora-geral da DGS recordou que entrou em vigor uma nova definição de “caso” de infeção. Assim sendo, é agora considerado caso possível de Covid o doente que apresentar como sintomas os seguinte indicadores: “tosse, que surge de novo ou que agrava ou que foge ao padrão habitual”; “febre, uma temperatura corporal igual ou maior a 38 graus centígrados, sem outra causa atribuível”; “falta de ar, dificuldade respiratória, também sem outra causa atribuível”; “perda do olfato” e “perda do sentido de gosto, distorção do paladar”.

“Estas pessoas reforçam a suspeição clínica se tiverem estado em contacto direto e próximo nos últimos 14 dias com alguém doente ou se estiverem inseridas num surto, por exemplo, num lar, numa escola, até em contexto familiar”, esclareceu ainda Graça Freitas na conferência diária sobre a pandemia.