A administração de Donald Trump está a bloquear as mensagens que os líderes mundiais estão a enviar ao Presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden.

A cadeia de televisão CNN informou na quarta-feira que o Departamento de Estado se recusa a entregar dezenas de mensagens de líderes estrangeiros dirigidas a Biden e à sua equipa de transição. Trump continua a não reconhecer a derrota eleitoral e está a tentar na Justiça norte-americana reverter os resultados das presidenciais, realizadas em 3 de novembro.

Funcionários do Departamento de Estado disseram à CNN que as mensagens para Biden começaram a chegar no último fim de semana, quando a sua vitória foi confirmada. O Departamento de Estado normalmente organiza comunicações com presidentes eleitos, mas a administração Trump negou à sua equipa de transição o acesso às informações e contactos necessários para iniciar essa tarefa.

Biden, no entanto, manteve conversas com líderes mundiais, como a chanceler alemã, Angela Merkel, o Presidente francês, Emmanuel Macron, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, ou o seu homólogo irlandês, Micheál Martin. O primeiro líder estrangeiro que falou com Biden para lhe dar os parabéns pela vitória, na última segunda-feira, foi o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau. Na quarta-feira, falou com os primeiros-ministros do Japão, Yoshihide Suga, da Austrália, Scott Morrison, e com o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in.

O número de países que ainda não reconheceram Biden vem diminuindo, mas inclui as duas principais potências da América Latina – México e Brasil -, além da Rússia e China. Biden fez todas essas ligações sem a ajuda do Departamento de Estado, como é comum em outras transições para o Governo dos Estados Unidos.

O secretário de Estado, Mike Pompeo, lembrou na terça-feira que “os votos ainda estão a ser contados”. A campanha de Trump intentou processos em vários estados, alegando uma fraude eleitoral generalizada, sem provas que substanciem a acusação.

Para ganhar a eleição em tribunal, Trump teria que reverter a votação na Pensilvânia, Geórgia e Nevada ou Arizona, todos eles estados onde Biden já foi declarado vencedor ou lidera claramente a votação. Os últimos dados apontam que Biden tem 290 delegados no colégio eleitoral, acima dos 270 que garantem a vitória, enquanto Trump tem 217, faltando apurar 42.

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