A Comissão Europeia quer cooperar com a China para melhorar, em 2021, a segurança sobre produtos chineses comprados online para a União Europeia (UE), nomeadamente após fraude e contrafação com equipamentos de proteção, como máscaras, para a Covid-19.
“Durante a pandemia, verificámos diferentes problemas com mercadorias vindas do estrangeiro, nomeadamente devido à qualidade de certos equipamentos de proteção […], como máscaras, [pelo que] entrei em contacto as autoridades alfandegárias chinesas para haver uma cooperação entre a China e a Europa”, afirmou o comissário europeu da Justiça, Didier Reynders, em entrevista à agência Lusa e três outros meios de comunicação social europeus, em Bruxelas.
Nesta entrevista sobre a “Nova Agenda do Consumidor”, apresentada esta sexta-feira pela Comissão Europeia, o responsável por esta tutela apontou que a UE também está a “discutir com as autoridades chinesas como é possível detetar fraude e abusos relativamente a certos produtos e de o parar o mais antecipadamente possível”.
E garantiu que Pequim “está aberto a debater isto” e que tem “intenção de avançar” com mudanças nos seus procedimentos.
Não digo que farão o mesmo que fazemos na Europa, mas há uma intenção de detetar os casos ainda na China e de enviar produtos com melhor qualidade para a UE”.
Até porque, argumentou, “há interesse do lado chinês de garantir que se está a enviar para a UE produtos cada vez mais seguros”.
Este pacote de medidas tem em conta as lições tiradas da crise da Covid-19, que levou ao aumento da fraude e das práticas comerciais abusivas.
Previsto está, então, “um plano de ação com a China para reforçar a cooperação em matéria de segurança dos produtos vendidos online”, que deverá ser concretizado em 2021.
Queremos desenvolver uma verdadeira cooperação [com a China] e trocar informação para verificar como é possível assegurar a segurança dos produtos”.
A China é um dos principais parceiros comerciais da UE e também um dos principais mercados eletrónicos fora da Europa.
Em 2019, mais do que metade (64%) dos alertas do sistema de alerta rápido da UE para produtos inseguros (Rapex) diziam respeito a mercadorias fabricadas fora do espaço económico europeu, frequentemente na China.
Nesta “Nova Agenda do Consumidor”, a UE quer também melhorias no mercado europeu, pretendendo criar etiquetas de “informação correta aos consumidores”, apostar no “aumento da vida dos produtos com a inclusão do direito à reparação” e ainda criar incentivos para as empresas trabalharem com materiais mais verdes.