Restaurantes, transportes públicos, supermercados, ginásios, cafés, hotéis e locais de culto. Estes são alguns espaços, de acordo com um estudo publicado na revista Nature, onde é mais provável contrair o novo coronavírus. São “sítios que são mais pequenos, onde há a tendência para haver mais aglomerados e onde as pessoas se concentram durante mais tempo”, justificou Jure Leskovec, co-autor do estudo, ouvido pela CNN num briefing realizado para divulgar as conclusões da análise.

O estudo também concluiu que cerca de 80% das infeções pela Covid-19 podem ter como causa a propagação em locais fechados, que foram os maiores responsáveis pelo aumento da difusão do vírus em várias áreas metropolitanas dos EUA.

Sendo o objetivo da análise ajudar “os políticos a delinear estratégias” mais “efetivas e equitativas” durante a pandemia de Covid-19, os resultados vêm demonstrar que, se os espaços fechados permanecerem abertos, vai ser mais difícil controlar a propagação do SARS-CoV-2.

Mas a solução política não “tem de ser o tudo ou nada”, segundo Leskovec, pois têm de ser levados em conta os impactos económicos que o encerramento da economia acarreta. Deste modo, o “modelo prevê que, estipulando 20% como máximo de lotação [de um espaço fechado], as infeções possam descer mais de 80%, e só se perde cerca de 40% das visitas quando comparado com a reabertura com lotação máxima”, referiu o co-autor do estudo.

Desenvolvido por professores da Universidade de Stanford e de Northwestern, o estudo baseou-se nos padrões de mobilidade de cerca de 98 milhões de pessoas que vivem nas principais áreas metropolitanas dos Estados Unidos (como Nova Iorque, Los Angeles, Washington D.C) durante a primeira vaga da pandemia, altura em que não havia um uso generalizado das máscaras.

A análise também concluiu que existe um maior contágio junto de classes mais desfavorecidas, que reduziram a mobilidade de forma pouco expressiva, o que acabou por aumentar o número de casos junto a essas comunidades.

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