O Estabelecimento Prisional de Izeda, em Bragança, juntou-se à lista de prisões portuguesas com surtos de Covid-19. Foram detetados 18 casos do novo coronavírus: nove reclusos e nove trabalhadores, informa a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) em comunicado.

Este surto foi descoberto depois de terem sido detetados quatro casos positivos entre os trabalhadores, o que levou a DGRSP a testar todos os 277 reclusos e os 116 trabalhadores entre os dias 17 e 18 de novembro. Nem todos os resultados foram ainda recebidos, mas os casos conhecidos até agora são “genericamente assintomáticos” e foram isolados da restante população prisional.

Por causa do surto, a DGRSP suspendeu assim as visitas, com exceção das dos advogados e “as atividades de formação escolar e profissional e de trabalho”. “Os reclusos manterão o direito legalmente consagrado a recreio a céu aberto e a telefonar”, lê-se ainda no comunicado.

Há 283 reclusos infetados, 86 trabalhadores e duas crianças. Já recuperaram da doença 198 pessoas

Além do Estabelecimento Prisional de Izeda, também o de Tires, o de Lisboa e o de Guimarães têm casos. Há agora 371 casos ativos no sistema prisional português — dois deles são crianças, filhas de reclusas da prisão de Tires — num universo de cerca de 20 mil pessoas. Na prisão de Lisboa e de Guimarães, o balanço mantém-se inalterado: na primeiras, há 93 reclusos e seis trabalhadores infetados; na segunda, são 23 reclusos e três trabalhadores.

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Já no Estabelecimento Prisional de Tires foi feita uma nova testagem aos casos positivos e 18 deram negativo, fazendo baixar para 130 o número de reclusas positivas. Há ainda a registar duas crianças infetadas, filhas de reclusas que residem na prisão, e oito trabalhadores: cinco guardas prisionais, dois profissionais de saúde e um auxiliar de cozinha de empresa externa.

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Contas feitas nas quatro cadeias com surtos ativos, há 371 casos positivos à Covid-19 no sistema prisional português. A grande maioria são reclusos: há 283 infetados e mais duas crianças. Mas também há 86 de trabalhadores positivos: 59 guardas prisionais; 13 profissionais de saúde; seis técnicos profissionais de reinserção social; quatro auxiliares técnicos; dois professores; um auxiliar de cozinha e um segurança de empresa privada.

Já há 198 casos recuperados. Destes, 103 são trabalhadores, 91 são reclusos e quatro são jovens internados em Centros Educativos.