Desde 2015 que os construtores sabiam o que os esperava em 2020, ano em que a média de emissões de dióxido de carbono (CO2) dos veículos vendidos durante os 12 meses na União Europeia deverá estar abaixo dos 95g. Os grandes investimentos necessários para produzir veículos eléctricos e baterias levaram vários fabricantes a arriscar ficar em rota de colisão com Bruxelas, que criou um sistema de “incentivos” com multas milionárias para os prevaricadores.

Várias foram as marcas que recorreram à venda de mecânicas hibridas plug-in (PHEV) para ficar abaixo da fasquia, aproveitando uma benesse de Bruxelas, que preferiu olhar para o lado e “acreditar” que os PHEV, mesmo aqueles com 400 ou 500 cv, consumiam “apenas” 2 l/100 km. Mas mesmo com esta ajuda, ainda houve quem falhasse o alvo. E, se há vários exemplos, o último é-nos dado pela Honda.

De acordo com a Automotive News Europe, com apenas o Honda e como o único eléctrico da sua gama e sem PHEV, não havia grandes possibilidades de os japoneses cumprirem os limites impostos por Bruxelas, pelo que a solução passou por adquirir créditos de carbono a construtores que estivessem bem abaixo das metas. Um pouco à semelhança do que a VW fez com os chineses da MG, a Ford com a Volvo e a FCA com a Tesla, também a Honda decidiu evitar multas ao comprar créditos de CO2 ao fabricante norte-americano de automóveis eléctricos.

A Honda e a Tesla não revelaram pormenores do negócio, acordo com que só se tornou conhecido pela necessidade da Honda informar a União Europeia do contrato com o fabricante de eléctricos, pelo que não se sabe quanto é que a Honda vai desembolsar. Sabe-se sim que, só este ano, a Tesla já registou nas suas contas a entrada de 1,2 mil milhões de dólares em virtude de créditos de CO2 vendidos.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR