Vários países planeiam começar o mais cedo possível a vacinação da Covid-19. O Reino Unido e a Rússia anunciaram esta quarta-feira que vão iniciar a administrar daqui a uma semana. E outros países, como a Bélgica, já apontam uma data específica. No dia em que Marta Temido anunciou que Portugal terá 22 milhões de doses disponíveis da vacina para a Covid-19, eis o panorama em outros países da Europa.
Reino Unido
O “maior plano de vacinação massiva da história do Reino Unido”, segundo Boris Johnson, vai vigorar a partir da próxima semana, depois de o país ter aprovado, esta quarta-feira, a utilização da vacina da Pfizer-BioNTech para a Covid-19.
Os primeiros a ser vacinados vão ser os trabalhadores de lares, os mais velhos, profissionais de saúde e os doentes críticos. A vacina será ainda gratuita e não será obrigatória.
A vacina apresenta, no entanto, algumas desafios logísticos. Terá de ser administrada em duas doses (com um intervalo de 21 dias entre a primeira e a segunda toma) e terá de ser conservada entre os 70 e os 80 graus negativos.
Boris Johnson admitiu em conferência de imprensa que era um “feito científico”, mas salientou que não deve haver um “otimismo exagerado”, sendo que as restrições atualmente em vigor ter-se-ão de manter durante mais algum tempo. O primeiro-ministro britânico espera que na primavera de 2021 a vida possa voltar ao normal.
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Rússia
A Rússia também espera começar a vacinar na semana que vem. “Peço que organizem o trabalho para que, no final da próxima semana, comecemos a vacinação em larga escala”, anunciou a vice-primeira ministra encarregada da saúde, Tatiana Golikova, citada pela Agência Lusa. A vacina em causa é a Sputnik V, desenvolvida em laboratórios russos, e que os cientistas afirmam que tem 95% de eficácia.
O Presidente russo especificou que os primeiros a tomar a vacina vão ser “grupos de risco, médicos e professores”. “Sei que mais de dois milhões de doses já foram produzidas ou serão produzidas nos próximos dias”, acrescentou Vladmir Putin.
A Sputnik V poderá ser exportada para outros países, mas a “prioridade é para ser dada aos russos”, disse o porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov, citado pela Al Jazeera.
Bélgica
Dentro da União Europeia, as autoridades de saúde da Bélgica já estipularam uma data para o começo da vacinação: 5 de janeiro. “Assim que as vacinas estiverem prontas, o país está pronto”, anunciou o primeiro-ministro belga Alexander de Croo. As declarações surgem após um comité belga ter avaliado favoravelmente a vacina da Moderna.
Ainda assim, a imprensa local dá conta de que ainda não existe uma estratégia de vacinação bem definida (não há qualquer orientação sobre quem vão ser os primeiros a ser vacinados, por exemplo), tendo havido uma conferência esta quarta-feira para discutir o assunto. Sabe-se, até ao momento, que a vacina vai ser grátis, mas não obrigatória.
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) só anunciou esta terça-feira ter recebido dois pedidos de autorização condicional de comercialização das vacinas desenvolvidas pela BioNTech e Pfizer e pela Moderna para a Covid-19, esperando emitir uma decisão “dentro de semanas”.
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Itália
Itália ainda não avançou qualquer data para a distribuição da vacina, mas já estipulou a gratuitidade do tratamento e a distribuição de 202,6 milhões de doses em 2021, o que, segundo Roberto Speranza, ministro italiano da Saúde, vai ser um “esforço sem precedentes”.
O período central da vacinação vai ocorrer entre a primavera e o verão. Os primeiros a quem será administrada a vacina vão ser os profissionais de saúde e os idosos em lares. Seguidamente, serão os idosos (primeiro os com mais de 80 anos) e depois aqueles que exercem profissões de risco, como os polícias, ou os professores. O exército vai ajudar na distribuição das vacinas.
Espanha
As autoridades de saúde espanholas apresentaram, no passado dia 24 de novembro, o Plano de Vacinação Covid-19, prevendo que as primeiras vacinas cheguem em janeiro de 2021. O tratamento vai ser gratuito e facultativo.
Espanha delineou três fases de vacinação. Os primeiros grupos aos quais será administrada a vacina serão os residentes e o pessoal de saúde dos lares de idosos e centros com pessoas dependentes. Depois, ainda dentro da primeira fase, vão ser vacinados idosos, profissionais de saúde e deficientes. A segunda etapa de vacinação é esperada entre março e junho, mas ainda não foram reveladas mais informações sobre quem vão ser os seguintes na lista — nem qualquer informação da data da terceira fase.
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O país espera atingir 140 milhões de doses da vacina, o que chegaria para imunizar cerca de 80 milhões de cidadãos.