Os governos do Reino Unido e de Singapura assinaram esta quinta-feira, na cidade-estado, um acordo de livre comércio que inclui uma relação comercial bilateral avaliada em 22 mil milhões de dólares (18,2 mil milhões de euros).

O acordo, que é muito semelhante ao que celebrou o país asiático com a União Europeia (UE), surge dias antes de o Reino Unido sair definitivamente do mercado europeu (31 de dezembro), após o período de transição acordado para deixar a UE.

Este acordo “oferece benefícios imediatos e tangíveis para os dois países”, disse o ministro do Comércio e Indústria de Singapura, Chan Chun Sing, numa mensagem divulgada no Facebook, na qual sublinha tratar-se do primeiro acordo comercial entre o Reino Unido e um país da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).

A assinatura também contou com a presença da secretária do Comércio do Reino Unido, Liz Truss, que considerou, numa mensagem publicada no Twitter, ser “mais uma prova” de que Singapura “pode ter sucesso como nação comercial independente”.

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O documento, que será alargado em novembro de 2024, elimina os impostos sobre uma grande lista de produtos, incluindo os eletrónicos, os automóveis e os farmacêuticos, e permite que empresas de ambos os países tenham acesso mútuo aos mercados.

Segundo o Ministério do Comércio e Indústria de Singapura, o acordo com o Reino Unido permite que as empresas dos dois países “continuem a desfrutar de benefícios semelhantes aos que hoje estão disponíveis no acordo com a UE”.

O Reino Unido também deverá finalizar, numa reunião agendada para sexta-feira em Hanói, as negociações com o Vietname para um futuro acordo de livre comércio, avançou na quarta-feira o Ministério da Indústria e Comércio do Vietname.

O acordo com Singapura acontece apenas dois meses depois do acordo de livre comércio assinado pelo Reino Unido, que teve como parceiro o Japão, e que se assume como o primeiro acordo importante firmado pelo país europeu desde a confirmação do ‘Brexit’.

O Reino Unido deixou a UE no início deste ano, mas continua a fazer parte do espaço económico do bloco de 27 países durante um período transitório de 11 meses, enquanto os dois lados tentam negociar um novo acordo de comércio livre que entre em vigor em 01 de janeiro.

Um acordo comercial permitirá que as mercadorias circulem entre o Reino Unido e a UE sem tarifas ou quotas após o final deste ano, mas mesmo com um acordo vai existir mais burocracia e custos para as empresas de ambos os lados do Canal da Mancha.