A Michelin destacou esta segunda-feira o “esforço impressionante” dos chefes de cozinha de Portugal e Espanha para manterem os restaurantes a funcionar neste ano, marcado pela Covid-19, bem como o “enorme trabalho” dos inspetores ibéricos.
“Os chefes fizeram um esforço impressionante para manter os restaurantes e demonstraram um forte compromisso com as comunidades locais, o que trouxe uma lufada de ar fresco a estas pessoas”, declarou o diretor internacional dos guias Michelin, Gwendal Poullenec, na cerimónia de apresentação do Guia Michelin Espanha e Portugal 2021, transmitida esta noite de forma virtual a partir de Madrid.
A seleção da equipa de inspetores “é de grande qualidade” e “reflete o dinamismo e excelência das experiências gastronómicas locais e das tradições, assim como da inovação”, disse o responsável.
Gwendal Poullenec destacou que as equipas de inspetores “estão muito impressionados com a qualidade das experiências gastronómicas” e “muito satisfeitos com os novos talentos”.
Os cerca de 12 inspetores da Península Ibérica, de ambas as nacionalidades, contaram com “o apoio importante” de colegas europeus para realizar um “enorme trabalho de campo”, disse à Lusa fonte oficial da Michelin Espanha e Portugal.
Membros da equipa liderada pelo inspetor-chefe, José Vallés, chegaram a estar em viagem durante cinco semanas consecutivas para conseguirem avaliar os restaurantes, num ano em que a Covid-19 forçou encerramentos temporários e muitas restrições de funcionamento a estes estabelecimentos.
O guia 2021 atribui três novas distinções na categoria de duas estrelas (cozinha excecional, merece o desvio) e 21 na de uma estrela (cozinha de grande nível, compensa parar), além de 53 novos Bib Gourmand e 105 novos estabelecimentos na categoria de ‘prato’.
“Um trabalho enorme que demonstra o talento e o músculo da gastronomia nos nossos países e [representa] um sopro de energia e otimismo nesta época tão dura para a restauração”, destacou.
Na edição do próximo ano, Portugal conta com dois novos restaurantes na categoria de uma estrela — os lisboetas 100 Maneiras (Ljubomir Stanisic) e Eneko Lisboa (Eneko Atxa e Lucas Bernardes) –, tendo perdido a estrela do São Gabriel (Almancil), que anunciou o encerramento no final de 2019.
Portugal passa a contar, assim, com um total de sete restaurantes com duas estrelas (cozinha excecional, merece o desvio) e 21 com uma estrela (cozinha de grande nível, compensa parar), mais um do que na edição de 2020.
Os inspetores avaliam os restaurantes consoante vários critérios, nomeadamente a qualidade dos produtos, a criatividade e apresentação, o domínio do ponto de cozedura e dos sabores, a relação qualidade/preço e a regularidade da cozinha para decidir a qualificação dos restaurantes.
Editado em 30 países, o Guia Michelin distingue aqueles que os seus inspetores consideram como os melhores restaurantes e hotéis, afirmando-se como “uma montra da cozinha mundial”, que “revela o dinamismo culinário de um país, bem como as novas tendências e os futuros talentos”.
O Guia Michelin “cria valor para os restaurantes, atribuindo-lhes prémios todos os anos, contribuindo assim para o prestígio da gastronomia local e para o atrativo turístico dos territórios”, afirma a empresa, num comunicado divulgado esta segunda-feira à noite.