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Penas entre os quatro e os 30 anos. O tribunal francês condenou as 14 pessoas acusadas no caso do ataque ao Charlie Hebdo, em 2015. A decisão do tribunal foi conhecida esta quarta-feira. O Ministério Público tinha pedido pena perpétua para Ali Riza Polat, que acabou condenado por “cumplicidade” a 30 anos de prisão, tal como Hayat Boumeddiene (que acompanhou Amédy Coulibaly durante a fuga), nos crimes terroristas cometidos pelos irmãos Saïd e Chérif Kouachi e Amédy Coulibaly durante os ataques de janeiro de 2015 contra Charlie Hebdo e um supermercado judeu. Ainda assim, o coletivo de juízes não deu seguimento ao pedido do Ministério Público que pedia a prisão perpétua para os principais arguidos, acusando-os de terrorismo.

Durante a leitura dos elementos contra cada um dos detidos, o coletivo de juízes afirmou que Abdelaziz Abbad, Miguel Martinez, Metin Karasular e Michel Catino tiveram um papel menor no planeamento dos ataques e que não mostraram “nenhuma adesão a qualquer ideologia terrorista”. Os irmãos Mohamed e Mehdi Belhoucine, e a esposa de Amedy Coulibaly, Hayat Boumeddiene foram julgados à revelia, ausentes do julgamento. Quanto a Mehdi Belhoucine, o tribunal decidiu encerrar a acusação dado que foi dado como morto na Síria há vários anos. Hayat Boumeddiene foi condenado a trinta anos de prisão.

Além do ataque à redação do jornal Charlie Hebdo, o veredicto abarca também os ataques realizados nos dias seguintes por Amedy Coulibaly (que resultou na morte de uma polícia em Montrouge, nos arredores de paris) e também o assassinato de quatro pessoas num supermercado Kosher (judeu), o Hyper Cacher.

Recorde-se que nenhum dos 14 condenados participou diretamente nos atentados. Os autores foram mortos nos locais dos vários ataques em 2015. Foram condenados por terem ajudado na logística dos crimes e terem sido cúmplices dos autores dos ataques.

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Nezar pastor Alwatik, condenado a 18 anos de prisão, que alegadamente “desistiu no último minuto” tinha um arsenal na casa de Amedy Coulibaly onde a operação foi planeada, recorda o Le Monde.

Já em relação a Willy Prévost (condenado a 13 anos), o tribunal considerou provado que “conhecia e partilhava a ideologia radical de Amedy Coulibaly” — que já tinha sido condenado em 2010 —. “Willy Prevost tinha plena consciência da existência de um projeto criminoso de que conhecia a natureza, ainda que não conhecesse os detalhes”, apontou o tribunal.

  •  Ali Riza Polat: a 30 anos de prisão, sendo que só depois de decorridos dois terços da pena poderá pedir liberdade condicional;
  • Nezar Pastor Alwatik: 18 anos de prisão, sendo que só depois de decorridos dois terços da pena poderá pedir liberdade condicional;
  • Willy Prévost: 13 anos de prisão;
  • Christophe Raumel: 4 anos de prisão. Está em prisão preventiva há três anos;
  • Amar Ramdani: 20 anos de prisão, sendo que só depois de decorridos dois terços da pena poderá pedir liberdade condicional;
  • Saïd Makhlouf: 8 anos de prisão;
  • Mohamed Amine-Farès: 8 anos de prisão;
  • Abdelaziz Abbad: 10 anos de prisão;
  • Miguel Martinez: 7 anos de prisão;
  • Metin Karasular: 8 anos de prisão;
  • Michel Catino: 5 anos de prisão;
  • Julgados à revelia
    • Hayat Boumeddiene foi condenada a trinta anos de prisão;
    • Mehdi Belhoucine: O tribunal encerrou a acusação depois de ter sido dado como morto na Síria;
    • Mohamed Belhoucine: Condenado a prisão perpétua, também se presume que tenha morrido na Síria