*Artigo atualizado às 22h com declarações do primeiro-ministro durante conferência de imprensa na divulgação das novas medidas decididas pelo Conselho de Ministros
O primeiro-ministro testou negativo para a Covid-19, está assintomático, mas vai manter o isolamento profilático e aguarda orientações da autoridade de saúde sobre a duração de um eventual confinamento. Para já, António Costa está a cumprir este isolamento na residência oficial do primeiro-ministro, onde pernoitará, segundo apurou o Observador, num quarto que existe no palacete de São Bento. A duração do período de isolamento será definida em função do grau de risco do contacto que teve esta quarta-feira com o presidente francês Emmanuel Macron, que testou positivo para o novo coronavírus. .
Na conferência de imprensa na divulgação das novas medidas decididas pelo Conselho de Ministros, António Costa revelou que se vai manter em isolamento profilático — apesar do teste negativo. O período de incubação em relação ao contacto do risco “ainda perdura”. E explica: “Tenho que me manter isolado, até lá e aguardo, neste momento, que as autoridades de saúde concluam o processo de inquérito epidemiológico para saber durante quanto tempo vou ter que permanecer isolado“.
O primeiro-ministro também referiu que está assintomático: “Felizmente sinto-me bem, não estou com nenhum sintoma, estou com condições de manter o trabalho e vou continuar a trabalhar à distância enquanto a saúde assim o permitir”.
António Costa esteve esta quarta-feira em Paris, tendo reunido com Emmanuel Macron, com quem também almoçou. E justificou o encontro presencial com o Presidente francês: “Infelizmente nem tudo se consegue resolver à distancia, mas obviamente a proximidade, como se vê também neste caso introduz riscos”. Deste encontro há, inclusivamente, fotos de um ligeiro abraço entre ambos — sendo que tanto Macron como Costa estavam a usar as respetivas máscaras de proteção individual. Esta manhã, o primeiro-ministro português foi testado e o resultado foi negativo. Costa cancelou toda a sua agenda presencial e vai continuar em isolamento, como nota o gabinete do primeiro-ministro em comunicado enviado às redações.
Em virtude da confirmação do teste positivo do Presidente francês @EmmanuelMacron, com quem estive ontem no Palácio do Eliseu, estou em isolamento profilático preventivo até avaliação do grau de risco por parte das autoridades de saúde. pic.twitter.com/V0D4mHsr8S
— António Costa (@antoniocostapm) December 17, 2020
O teste foi feito por uma equipa do INEM que se deslocou à residência oficial do primeiro-ministro e testou toda a comitiva que foi com Costa a Paris esta quarta-feira. No entanto, a testagem do primeiro-ministro já estava prevista tendo em conta a deslocação a São Tomé e Príncipe e Guiné Bissau, que estava prevista para 18 a 20 de dezembro — viagem que foi entretanto cancelada, bem como “toda a agenda pública que implique a sua presença física”.
Canceladas foram também as visitas que Costa agendara aos destacamentos militares portugueses na República Centro Africana, no sábado, e no Mali, no domingo, esclarece a Lusa. Os encontros com os militares portugueses não tinham sido divulgados por motivos de segurança, mas iam acontecer no âmbito do programa das visitas oficiais a São Tomé e Príncipe e à Guiné-Bissau.
António Costa permanece na residência oficial de São Bento onde participou esta quinta-feira, por videoconferência, na reunião sobre o plano de vacinação contra a Covid-19, assim como no Conselho de Ministros para aprovar o prolongamento do estado de emergência até ao dia 7 de janeiro.
“O primeiro-ministro mantém o isolamento profilático preventivo, aguardando que a autoridade de saúde defina o confinamento resultante do contacto de risco, na sequência da reunião de trabalho presencial que teve ontem com o Presidente francês Emmanuel Macron”, lê-se num comunicado enviado pelo gabinete do primeiro-ministro às redações. Ou seja, cabe à autoridade de saúde definir o grau de risco do contacto do primeiro-ministro com Macron, em função do uso ou não de máscara, do arejamento ou não dos locais onde o contacto foi estabelecido, etc.
Enquanto aguarda, António Costa vai manter toda a sua agenda de trabalho mas em versão não presencial.
O diagnóstico do presidente francês surgiu após o presidente francês apresentar sintomas iniciais da doença. Emmanuel Macron vai agora ficar isolado durante sete dias, mas vai continuar a trabalhar remotamente.
O almoço de trabalho em Paris desta quarta-feira serviu para, entre outros temas, discutir a preparação da presidência portuguesa da União Europeia. Aconteceu no Palácio do Eliseu e desde o início estava previsto durar cerca de duas horas. O encontro com o presidente francês foi o único ponto na agenda da visita do primeiro-ministro a França.
Mas ainda antes de Costa, Macron recebeu na segunda-feira o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, bem como Charles Michel, presidente do Conselho Europeu. Michel está agora em isolamento e Sánchez vai entretanto ficar em quarentena até ao dia 24 de dezembro, escreve o El País. Em comunicado, o governo espanhol diz que este “fará um diagnóstico imediato para conhecer a sua situação e decidir, com base nos resultados, sobre a sua agenda para os próximos dias”.
No almoço de segunda-feira, dia 14, que contou com vários responsáveis políticos, esteve ainda Angel Gurria, o Secretário-Geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
António Costa aproveitou, na conferência de imprensa, para desejar uma “rápida recuperação” a Macron, desejando também que não se tenham “produzido contaminações de mais”, a começar por ele próprio que deseja também não ter ficado contaminado.