O especialista em Saúde Púboca Constantino Sakellarides, especialista em saúde pública, considera que “não é provável” que a nova variante do coronavírus descoberta no Reino Unido afete a eficácia da vacina”. Isto desde que “não interfira com o antigénio que está na coroa, o antigénio que estimula a reação imunitária”, disse o antigo diretor da Direção-Geral da Saúde e atual membro do Conselho Nacional de Saúde Pública.
“Tudo isto é sob reserva, porque a informação que temos é escassa, mas desde que não haja interferência com esse antigénio, não há razão para pensar que a vacina não servirá na mesma para esta nova variante”, disse Constantino Sakellarides.
As autoridades britânicas já alertaram a Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a descoberta da nova variante, que se espalha com maior velocidade.
Para o especialista em saúde pública, este facto significa que esta variante do coronavírus está “mais bem adaptada à espécie humana” e, portanto, “exige mais cuidados no controlo da transmissão de pessoa para pessoa”.
“Isso já se nota no Reino Unido, porque foram tomadas medidas para tentar o possível para limitar a sua expansão para o conjunto do Reino Unido. Há a preocupação clara de tomar medidas mais intensas, para impedir a sua transmissão”, frisou.
O professor catedrático da Escola Nacional de Saúde Pública defende que “há que saber mais sobre como vai evoluir” esta variante.
“Estas são as primeiras observações que existem, mas temos de saber mais para poder estimar a extensão das implicações que vai ter no controlo da pandemia”, afirmou.
Por enquanto, continua a ser necessário “defender-nos a todo o custo enquanto a vacina não atingir uma parte substancial da população”.
“As medidas de defesa contra esta variante são do mesmo tipo das que foram adotadas até agora. Simplesmente, caso se verifique a expansão desta nova variante rapidamente, quando ela aparecer, uma vez que a transmissão é mais fácil, os cuidados têm de ser redobrados enquanto não se chega ao patamar da imunidade de grupo que a vacina vai proporcionar”, conclui Constantino Sakellarides.