O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, abandonou o programa de intercâmbio europeu para estudantes Erasmus, no âmbito do acordo que regerá as relações comerciais entre o Reino Unido e a União Europeia (UE) depois do Brexit, alcançado na quinta-feira, alegando questões de custo e anunciando um programa global para o substituir, com o nome do matemático e cientista da computação britânico Alan Turing.

Sublinhando que a decisão foi “difícil”, Boris Johnson explicou que, embora tenha sido uma “maravilhoso” receber tantos estudantes europeus, o programa Erasmus era “extremamente caro” para o Reino Unido.

No entanto, em janeiro, Boris Johnson tinha garantido aos parlamentares britânicos que “não havia qualquer ameaça ao esquema Erasmus”.

Na semana passada, o ministro do Gabinete, Michael Gove, afirmou que as probabilidades de um acordo de comércio com a União Europeia eram inferiores a 50%, devido a vários pontos de divergência, mas que questões como a participação britânica nos programas europeus de investigação científica Horizonte Europa e de intercâmbio de estudantes Erasmus já tinham acordo.

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Na sequência da mudança de posição conhecida depois do acordo comercial com a UE, o chefe do governo conservador anunciou um programa nacional para permitir que estudantes britânicos frequentem as “melhores universidades” de todo o mundo e não apenas da Europa.

Assim, o programa Erasmus, no qual o Reino Unido participa desde 1987, dará lugar naquele país ao programa Alan Turing.

O chefe das negociações para o Brexit da União Europeia, Michel Barnier, expressou o seu “pesar” pelo abandono do programa, pedindo ao governo britânico para mostrar “rapidamente” e com “clareza” a solução alternativa que irá implementar.

Para os cerca de 150.000 estudantes europeus atualmente no Reino Unido, frequentar uma universidade naquele país será agora mais caro e complicado.

A União Europeia e o Reino Unido chegaram na quinta-feira a um acordo comercial pós-‘Brexit’, anunciou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em Bruxelas.

“Chegámos finalmente a um acordo. Foi um longo caminho, mas temos um bom acordo, que é justo e equilibrado”, anunciou Von der Leyen numa conferência de imprensa com o negociador-chefe da UE, Michel Barnier, na sede do executivo comunitário.

A uma semana do final do “período de transição” para a consumação do ‘Brexit’ e da saída do Reino Unido do mercado único, o bloco europeu e Londres evitaram assim um ‘divórcio’ desordenado, estabelecendo um acordo de comércio livre que regerá as relações futuras.