A Polícia de Segurança Pública (PSP) e a Guarda Nacional Republicana (GNR) desentenderam-se esta segunda-feira em relação à escolta do transporte de vacinas que partia do Hospital de Évora com destino ao Algarve, de acordo com a TVI. O Ministério da Administração Interna (MAI) já pediu a abertura de inquérito urgente por parte da Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) para averiguar o sucedido.

A carrinha que transportava as vacinas para a Covid-19 vinha desde Coimbra acompanhada pela GNR, tendo ficado bloqueada depois de descarregar a primeira remessa do medicamento no Hospital de Évora, que arrancou a vacinação esta terça-feira às 09h. As vacinas terão chegado a este hospital às 18h40.

Na origem deste bloqueio estará um desentendimento sobre as competências territoriais: por um lado, a Guarda Nacional Republicana é quem está encarregue da distribuição das vacinas a nível nacional. Por outro, a partir do momento em que o veículo entrou em Évora, a jurisdição passou a ser da Polícia de Segurança Pública.

Perante o bloqueio da PSP, os militares da GNR ficaram indignados, não podendo seguir o percurso que terminava no Algarve, passando por hospitais do baixo Alentejo. A viatura ficou então parada no hospital durante cerca de meia hora. Às 19h30 chegou a decisão por parte das hierarquias de que a escolta a partir dali seria das duas forças.

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O impasse entre as duas forças resultou num atraso significativo na entrega das vacinas nos hospitais. De acordo com o Jornal de Notícias, a carrinha de transporte especial só chegou a Beja às 20h30, duas horas e meia depois da hora prevista inicialmente, ladeada por seis carros e duas motas da PSP; e duas carrinhas da GNR.

O mesmo jornal indica que, à chegada a Faro, onde terminava a rota de distribuição da vacina da Pfizer-BioNTech, tanto os agentes da PSP como os militares da GNR continuaram a acompanhar o processo juntas, precisamente para resolver o mesmo conflito de jurisdições que se levantou em Évora.

Perante este conflito, foi aberto “um inquérito urgente por parte da Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI)”, diz o comunicado do Ministério da Administração Interna. O ministro Eduardo Cabrita solicitou ainda à Secretária-Geral do Sistema de Segurança Interna “informação sobre quais as regras de acompanhamento e desembaraçamento do trânsito definidas para concretizar essa distribuição”, lê-se em comunicado.

Contactados pela Agência Lusa, nem a Direção Nacional da PSP, nem o Comando-Geral da GNR quiseram comentar o caso.