A União Europeia está pronta para aumentar a capacidade de produção de vacinas contra a covid-19, no dia em que reconheceu uma “insuficiência global” neste aspeto, e quando as campanhas de vacinação na Europa estão atrasadas.
O arranque da vacinação tem sido alvo de críticas na Europa, nomeadamente em França, com a lentidão do processo, e na Alemanha, onde os médicos lamentam que o pessoal hospitalar não seja prioritário devido à falta de doses em número suficiente, refere a AFP.
“As dificuldades, de momento, não se devem ao volume de encomendas, mas à insuficiência à escala mundial da capacidade de produção. É o caso da BioNTech”, explicou a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, numa entrevista à agência alemã DPA.
Depois de ter feito uma encomenda inicial, em novembro, de 200 milhões de doses da vacina desenvolvida pela americana Pfizer e pela alemã BioNTech, a União Europeia exerceu a opção de compra de 100 milhões de doses adicionais em 2021.
A vacinação começou no passado fim-de-semana nos 27 países da União Europeia (UE), depois da luz verde de Bruxelas no final de dezembro à vacina da Pfizer/BioNTech, a primeira a ser autorizada pela Agência Europeia do Medicamento.
“Em boa hora a UE concedeu financiamento à BioNTech de 100 milhões de euros para desenvolver a sua capacidade de produção (…) A situação vai melhorar pouco a pouco”, disse a comissária europeia, acrescentando que a UE está “novamente pronta a ajudar a aumentar as capacidades de produção”.
A BioNTech espera iniciar a produção a partir de fevereiro numa nova unidade de produção em Marburg, na Alemanha, capaz de fornecer 250 milhões de doses adicionais no primeiro semestre de 2021, garantiu na sexta-feira à revista Der Spiegel o vice-diretor da empresa alemã Ugur Sahin.
A nova unidade reforça a produção na fábrica belga de Puurs, onde são produzidos os lotes com destino à UE. A BioNTech já disse ter concluído contratos com cinco fabricantes farmacêuticos na europa para aumentar a produção, estando ainda em negociações contratos com outras empresas.
Para além da vacina da Pfizer/BioNTech, a UE fez contratos com outras cinco farmacêuticas: AstraZeneca/Universidade de Oxford; Johnson & Johnson; Sanofi-GSK; Moderna; e CureVac, procurando ainda chegar a acordo com a Novavax.