O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, disse esta quinta-feira no final de uma visita a Moçambique terem sido alcançados os objetivos da sua missão política em representação da União Europeia (UE).

A visita foi feita em resposta ao pedido de ajuda de Moçambique para acabar com a insurgência armada na província nortenha de Cabo Delgado.

“Do ponto de vista político, todos os objetivos estão cumpridos”, ou seja, exprimir “a solidariedade europeia” face à crise humanitária, agradecer “a prontidão” em acolher a missão política e “ouvir das autoridades moçambicanas” a avaliação da situação e o relato das necessidades.

Augusto Santos Silva disse que informará o conselho de Negócios Estrangeiros da UE na reunião agendada para segunda-feira em Bruxelas, enquanto decorrem, desde terça-feira, reuniões técnicas por teleconferência entre equipas moçambicanas e da UE.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Espero que tão breve quanto possível o programa de reforço da cooperação esteja desenhado, aprovado e em condições de ser implementado”, concluiu, em declarações feitas no aeroporto de Maputo, antes do regresso a Lisboa.

O representante da UE leva no bloco de notas três áreas fundamentais para apoio a Moçambique: formação militar, apoio da ação humanitária à população e apoio à agência para o desenvolvimento do norte do país.

“Estas áreas foram muito claramente identificadas” pelo Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, destacou na quarta-feira, após um encontro com o chefe de Estado.

Nyusi “saudou a disponibilidade da UE” em trabalhar com o Governo moçambicano “nas áreas da logística, saúde e formação militar, bem como noutras que o Governo venha a considerar importantes”, acrescentou a chefe da diplomacia moçambicana, Verónica Macamo, no final daquele encontro.

Presidente moçambicano “saudou a disponibilidade da UE” em ajudar nos problemas de Cabo Delgado

A violência armada na província nortenha de Moçambique, onde se desenvolve o maior investimento multinacional privado de África, para a exploração de gás natural, está a provocar uma crise humanitária com mais de duas mil mortes e 560 mil pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.

Algumas das incursões passaram a ser reivindicadas pelo grupo jihadista Estado Islâmico desde 2019.

Augusto Santos Silva deslocou-se a Moçambique no semestre em que Portugal assume a presidência rotativa do Conselho da UE.