Há especialistas que recomendam a utilização de duas máscaras para conferir uma maior proteção de um contágio pelo novo coronavírus. Rui Nogueira, ex-presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, é um deles e explica que essa já é prática em alguns hospitais e centros de saúde em Portugal, sobretudo no contacto com os utentes. A ideia é acrescentar camadas de filtragem que travem uma maior quantidade das partículas que podem transmitir o SARS-CoV-2. É que “as medidas que estamos a adotar não chegam”, argumenta.
Mas esta não é uma posição unânime entre os especialistas ouvidos pelo Observador. Carla Nunes, diretora da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa, admite que “qualquer barreira que aumenta o isolamento” pode ser positiva, mas que “se for necessário, seria melhor usarmos máscaras melhores”, preterindo, por exemplo, as de pano ou escolhendo as que têm três camadas (duas de tecido e um filtro entre elas) “do que acumular máscaras na cara”.
Ambos os especialistas concordam num aspeto: o mais importante continua a ser o cumprimento rigoroso das regras impostas pelas autoridades de saúde até agora: utilizar corretamente a máscara, manter o distanciamento físico e lavar regularmente as mãos. “Se houver quem continue a usar máscaras no queixo ou abaixo do nariz, podemos usar as máscaras que quisermos que nada vai resultar”, protesta Carla Nunes.
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