O presidente da Fundação Côa Parque, Bruno Navarro, morreu este sábado aos 44 anos de idade, vítima de “doença súbita”, disse à Lusa o diretor Regional de Cultura do Norte, António Ponte.

“Recebi vários telefonemas a confirmarem-me esta triste notícia”, indicou aquele responsável.

Bruno Navarro era presidente do Conselho Diretivo da Fundação Côa Parque, a entidade que gere o Museu e Parque Arqueológico do Vale do Côa, desde 26 de junho de 2017, após nomeação do Ministério da Cultura.

Em comunicado, este ministério destacou o “trabalho consistente e sustentado na atualização, inovação e modernização da Fundação Côa Parque e do Museu do Côa”, lembrando o seu contributo para “o lançamento do programa especial do Parque Arqueológico do Vale do Côa, na data em que se assinalou o vigésimo segundo aniversário da inscrição dos Sítios de Arte Rupestre do Vale do Côa na Lista do Património Mundial da UNESCO”.

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“A Fundação Côa Parque e o Parque Arqueológico do Vale do Côa, lugares centrais da cultura portuguesa, são, hoje, espelho e legado de um historiador e dirigente público que dedicou a sua vida ao conhecimento, ao exercício nunca fútil da memória e à defesa do património cultural nacional”, destacou a ministra da Cultura, Graça Fonseca, em comunicado.

Nascido em Coimbra em 1977, Bruno José Navarro Marçal fez os estudos secundários em Vila Nova de Foz Côa, no distrito da Guarda, e licenciou-se em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde fez um mestrado em História Contemporânea.

Doutorou-se depois pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova, onde foi professor, exercendo também a docência no Instituto Superior de Ciências Educativas. Foi ainda investigador no Centro Interuniversitário de História da Ciência e da Tecnologia e no Centro de História da Universidade de Lisboa.

“Autor de vários estudos publicados em monografias, dicionários e revistas especializadas, era, apesar da sua juventude, reconhecido pelos seus pares com um dos historiadores portugueses de referência nos períodos da Primeira República e do Estado Novo”, apontou o Ministério da Cultura. Entre os vários galardões que recebeu pelo seu trabalho, contam-se o Prémio de História Contemporânea – Dr. Victor de Sá, atribuído pelo Conselho Cultural da Universidade do Minho, e prémio República e Academia, da Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República.

Ministra da Cultura destaca “paixão” de Bruno Navarro “pelo que fazia”

Num comunicado emitido ao início da manhã deste domingo, Graça Fonseca lamentou a morte do historiador. “A sua morte precoce choca-nos, mas o seu trabalho e a sua paixão pelo que fazia, como o património cultural  que tão bem guardou e deu a conhecer com novos rumos, lança uma forte luz sobre os caminhos a seguir”, destacou a ministra. “É este o profundo reconhecimento que a Cultura portuguesa lhe deve.”

Artigo atualizado às 10h30 de 31/1/2021 com o comunicado do Ministério da Cultura