Vítimas da rutura de uma barragem em Brumadinho, Brasil, que causou 270 mortos, protestaram esta quinta-feira por considerarem insuficiente a indemnização de 37,6 mil milhões de reais (5,8 mil milhões de euros) anunciada pela mineradora Vale.
Segundo o portal de notícias G1, cerca de 150 pessoas atingidas pela tragédia causada na rutura de uma barragem da Vale no ano de 2019, em Brumadinho, manifestaram-se esta quinta-feira de manhã à porta do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), de Belo Horizonte, capital regional do estado brasileiro de Minas Gerais.
Os participantes, que fazem parte do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), reclamavam que a Vale foi favorecida, já que economizará 17 mil milhões de reais (2,6 mil milhões de euros), em relação aos 54 mil milhões de reais (8,3 mil milhões de euros) pedidos nas ações de reparação dos danos causados pela rutura da barragem de Córrego do Feijão, que completou dois anos no dia 25 janeiro.
A Vale anunciou esta quinta-feira que vai pagar 37,6 mil milhões de reais em indemnizações pelos danos “sociais e ambientais” causados pela rutura de uma barragem em Brumadinho.
Num comunicado aos acionistas, a empresa brasileira frisou que assinou um acordo judicial com o governo regional e a Defensoria Pública do estado de Minas Gerais e com o Ministério Público Federal e do estado de Minas Gerais.
“O acordo global tem o valor económico de 37.689.767.329,00 reais, contemplando projetos de reparação socioeconómica e socioambiental”, disse a empresa.
Ficam fora do acordo indemnizações por danos individuais divisíveis. Quanto a estas, a Vale frisou que reforça o seu “compromisso na reparação justa, célere e equânime mediante a celebração de acordos individuais”.
Em janeiro de 2019, a rutura de uma barragem da Vale em Brumadinho, no estado de Minas Gerais, causou a morte de 270 pessoas e também gerou uma onda de resíduos tóxicos que cobriu milhares de hectares.
Além das mortes, a torrente de lama castanho-avermelhada destruiu casas, estradas e árvores e contaminou rios.
A Vale também é responsável por outro desastre ambiental de grandes proporções: no final de 2015, em Mariana, município também localizado no estado de Minas Gerais, a rutura de uma barragem da empresa mineira Samarco, controlada pela Vale e pela BHP Billiton, causou a morte de 19 pessoas e uma enorme tragédia ambiental.