Os especialistas envolvidos no aconselhamento científico do governo francês admitem a possibilidade de o país ser atingido por uma nova vaga de infeções pelo coronavírus por causa das variantes mais transmissíveis, como a britânica. E não descartam a possibilidade de um terceiro confinamento para travar o seu avanço.
Segundo uma reportagem do The Guardian no Hospital de Lariboisière, em Paris — um dos maiores hospitais da Europa — a comunidade científica que está a aconselhar o governo admite um confinamento para prevenir que a variante britânica provoque mais pressão sobre o serviço nacional de saúde.
Em França, a proporção de infeções por SARS-CoV-2 causadas pela variante britânica está a aumentar a um ritmo de 50% por semana. Por enquanto, só 14% dos novos casos foram provocados por essa variante, mas ela pode tornar-se dominante até ao início de março. O novo confinamento serviria para abrandar a sua propagação.
A França iniciou um segundo confinamento a 30 de outubro por causa de uma nova ascensão no número de casos diários de infeção pelo coronavírus diagnosticados pelas autoridades de saúde. O desconfinamento começou de modo gradual, em três fases, um mês depois, quando os números já tinham estabilizado.
Como o país ainda estava na segunda fase de desconfinamento na altura do Natal, e Emmanuel Macron não abriu espaço a alívios notáveis, a época festiva não provocou um aumento notável de infeções; e a terceira vaga, que está neste momento a afetar Portugal, não se fez realmente sentir em França. O desconfinamento fez crescer o número de novos casos, mas de modo controlado e já está a estabilizar novamente.