A Federação das Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral (FAPPC) reclamou esta sexta-feira prioridade para as pessoas com deficiência na estratégia de vacinação contra a Covid-19, envolvendo também no processo aqueles que os apoiam no quotidiano.

Numa carta a que a Lusa teve esta sexta-feira acesso, enviada na quinta-feira à ministra da Saúde, Diretora-Geral da Saúde, Coordenador do Plano Nacional de Vacinação Covid-19 e com o conhecimento da Secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, a FAPPC expressa preocupação pelo “facto de as pessoas com deficiência não estarem incluídas nos grupos classificados como prioritários — 1.ª ou 2.ª fase”.

Sublinhando estar a reclamar um direito para “as pessoas com deficiência e não em exclusivo para as pessoas com paralisia cerebral”, a federação, considerou “inegável” que estas, “por limitação física ou mental, correm um maior risco de contrair Covid-19”.

É inegável, também, que algumas pessoas com deficiência não conseguem (nem podem!) respeitar as conhecidas regras de distanciamento e higienização, por exemplo… Ou que de tais regras nem chegaram a ter conhecimento — pela dificuldade de comunicação e ausência de informação adequadamente acessível”, alerta a FAPPC.

A federação argumenta ainda que a paralisia cerebral “abrange um vasto espetro de situações clínicas”, salientando que “aproximadamente 10% das pessoas com esta patologia têm um quadro clínico complexo, de extrema vulnerabilidade e com grave défice neuromotor”.

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Além disso, um número significativo “tem menos de 50 anos e não reside em instituições, não estando, assim, abrangidas pelos critérios de priorização aplicados na vacinação”.

“A evidência científica demonstra que, quando infetadas com a Covid-19, as pessoas com deficiência têm maior probabilidade de desenvolver mais sintomas graves, com risco de morte”, acrescenta.

Desde março de 2020, Portugal já registou 15.034 mortes associadas à Covid-19 e 781.223 casos de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2.