Confinamento mais rigoroso e encerramento das escolas começam a dar frutos e Portugal regista esta semana o menor número total de casos desde o início do ano. Foram mais 20.342 novos casos, numa média de 2.906 casos por dia nos últimos sete dias. É preciso recuar até final de outubro para encontrar uma média diária de casos semelhante à que foi registada esta semana. Isto depois de ser excluída a época natalícia, uma vez que as autoridades já assumiram que os números reportados não correspondiam à realidade dada a média de testagem muito inferior ao habitual.
Também o número de mortos volta a descer. Desde a semana de 18 a 24 de janeiro que não havia um número de mortos tão baixo, embora seja ainda alto e se tenha fixado acima dos mil (1.163). Esta semana morreram em Portugal vítimas da Covid-19 menos 513 pessoas que na semana passada e menos 850 que na semana mais mortal no país, entre 25 e 31 de janeiro, quando perderam a vida 2.013 pessoas.
Nas últimas 24 horas morreram 138 pessoas do total de 1.163 desta semana. Destas 138 pessoas 115 tinham mais de 70 anos e 20 tinham entre os 60 e os 69 anos. A pessoa mais nova a morrer, vítima da Covid-19, durante o dia de sábado foi um homem com idade entre os 40 e os 49 anos.
A grande maioria dos mortos registou-se nas faixas etárias mais altas — morreram 115 pessoas com mais de 70 anos a morrer. Entre os 60 e os 69 anos morreram 20 pessoas, das quais 14 eram homens e seis eram mulheres. Entre os 50 e os 59 anos registou-se a morte de um homem e uma mulher.
No número de internados, que tem oscilações mais lentas, a quantidade doentes em unidades de cuidados intensivos baixou a barreira dos 800. A 29 de janeiro os doentes a precisar de cuidados de saúde diferenciados passaram pela primeira vez a barreira dos 800, tendo o número mais alto sido registado a 5 de fevereiro quando estavam internadas 904 pessoas nas várias unidades de cuidados intensivos do país.
A diferença entre as saídas e novas entradas nos cuidados intensivos traduz-se numa redução de 70 pessoas nesses serviços, num total de 795. É a maior diminuição semanal registada nas unidades de cuidados diferenciados. Nas últimas seis semanas esta é a única em que o número de doentes nos cuidados intensivos é inferior à anterior, um número que vinha a aumentar desde o início do ano.
Desde maio que número de internados não descia tantos dias consecutivamente
Este domingo o boletim reporta a sexta queda consecutiva no número de internamentos. É preciso recuar até à semana de 20 a 27 de maio para — quando os internados nos hospitais baixaram durante oito dias consecutivos — para encontrar um período de alívio da pressão nos hospitais tão prolongado.
Desde o início da pandemia que esta é a semana com maior redução de casos ativos, internados, internados em unidades de cuidados intensivos e contactos em vigilância.
Ao longo desta semana recuperaram da doença 59.150 pessoas, com um número de novas infeções mais baixo (e com o número de mortos) o total de casos ativos também voltou a descer esta semana. Em média, por cada dia da semana Portugal conseguiu ter menos 5.710 casos ativos, num total de menos 39.791 casos. Na semana anterior a diminuição tinha sido de 36.533 casos ao longo dos sete dias.
Sob a vigilância das autoridades de saúde estão este domingo menos 48.038 pessoas que no domingo passado. Um total de 139.402 pessoas que são acompanhadas atualmente que é o número mais baixo desde a primeira semana deste ano quando havia 117.210 pessoas sob a vigilância das autoridades sanitárias. O número mais alto foi atingido na última semana de janeiro quando estavam em vigilância 223.991 pessoas em Portugal.
Número de novos casos no boletim desde domingo é o mais baixo desde o início do ano. Os 1.677 novos casos só encontram paralelo durante a quadra natalícia quando o número de testes realizado foi bastante inferior à média. A 26 de dezembro foram confirmados 1.214 novos casos e a 27 1.577. Antes disso é preciso recuar a 20 de outubro (uma terça-feira) para encontrar um número próximo do registado durante o dia de sábado. A 20 de outubro eram 1.876 os novos casos, no boletim deste domingo são 1.677 os registados.
Em relação ao boletim deste domingo, a maior parte dos novos casos foi registada em pessoas com idade entre os 40 e os 69 anos. Dos 1.677 novos casos 42% correspondem a pessoas com idade entre os 40 e os 69 anos. O maior aumento, por faixa etária, em número absoluto encontra-se na casa dos 50 aos 59 anos com 255 novos casos durante todo o dia de sábado.
Logo depois, com 24% do total dos novos casos reportados no boletim deste domingo estão os jovens adultos e adultos com idade entre os 20 e os 39 anos (com 409 novos casos, 209 dos quais em pessoas com idade entre os 20 e os 29 anos.
Com mais de 70 anos foram infetadas 315 pessoas, 18% do total diário, um número ligeiramente superior ao das infeções nas crianças e jovens até aos 19 anos (252 no total de novos casos).
Madeira tem esta semana mais casos do que na pior semana para o país
Ao contrário do que acontece em Portugal Continental e nos Açores, onde todas as regiões tiveram menos de metade dos casos registados na última semana, a Madeira volta a ter esta semana um total de casos superior ao da anterior.
Este aumento verifica-se desde 9 de agosto e, esta semana, volta a bater o número máximo de infeções registadas em apenas uma semana. Foram mais 779 casos esta semana e 710 na semana anterior. Na primeira semana do ano, por exemplo, a Madeira registou mais 242 infeções.
Na semana em que o total nacional foi mais elevado (entre 18 e 24 de janeiro) com mais 86.389 novos casos, a Madeira registava mais 464 novas infeções. Agora, com o número de novos casos semana a ser de 20.342 a Madeira está perto de duplicar o valor da semana mais difícil para o país em janeiro.