O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos acusou esta segunda-feira o ativista Mamadou Ba, do Grupo de Trabalho para a Prevenção e o Combate ao Racismo e à Discriminação, de “usar o ódio e preconceito para ter existência política”.

“O CDS-PP entende que o combate ao racismo é um combate muito sério para não ser entregue a pessoas como Mamadou Ba que, infelizmente, tem provado no seu curriculum que está constantemente a usar o ódio e o preconceito para ter existência politica. O CDS não pode compactuar com este tipo de atitudes”, afirmou.

O líder do CDS, que falava aos jornalistas no final de uma visita os bombeiros voluntários de Ponte de Lima, disse que Mamadou Ba “é um racista, porque encarna em si o preconceito que diz combater e se alimenta do ódio para ter existência política”.

“Mamadou Ba, há muito tempo, que ofende portugueses, insulta a nossa história, denigre a nossa cultura e agora desrespeita os símbolos e as figuras nacionais como o caso do Tenente-Coronel Marcelino da Mata que é que só o oficial mais condecorado de sempre do Exército português”, explicou.

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Se o nosso país continuar a contemporizar com este tipo de atitudes que mancham órgãos que têm um papel de relevo como é o caso do combate ao racismo que tem, nesse órgão, figuras com curriculum e provas dadas nessa mesma área dos direitos sociais está a permitir que se contribua para um enfraquecimento das próprias instituições, reforçou.

No domingo, em comunicado, o vice-presidente do CDS-PP já tinha exigido a “saída imediata” do ativista Mamadou Ba do Grupo de Trabalho para a Prevenção e o Combate ao Racismo e à Discriminação, criado pelo Governo em janeiro, por “insultar” o tenente-coronel Marcelino da Mata.

O tenente-coronel morreu na quinta-feira, aos 80 anos, vítima de Covid-19, no Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) e o funeral realizou-se esta segunda-feira de manhã, no cemitério de Queluz, Lisboa.

Marcelino da Mata, natural da Guiné-Bissau, tinha 80 anos e foi um dos fundadores da tropa de elite “Comandos”.

Após a Revolução do 25 de Abril e do fim da Guerra Colonial foi proibido de voltar à sua terra natal, país que entretanto se tinha tornado independente, e viu-se obrigado ao exílio, em Espanha, até ao contragolpe do 25 de Novembro (que terminou com o Processo Revolucionário Em Curso).

Foi o militar mais condecorado de sempre do Exército, segundo o ramo. Em 1969, foi armado cavaleiro da “Antiga e Muito Nobre Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito”, após ter subido sucessivamente de patente, desde soldado a major.

Marcelino Mata reformou-se em 1980 e foi ainda promovido a tenente-coronel em 1994.

Em janeiro, o Governo anunciou a criação de um Grupo de Trabalho para a Prevenção e o Combate ao Racismo e à Discriminação, que terá cinco meses para apresentar contributos e recomendações para a elaboração de políticas públicas nesta área.