Os proveitos do setor turístico de Portugal caíram para 1,5 mil milhões de euros em 2020, uma quebra de 66,1% em comparação com o ano anterior, com quebras de mais de 60% nos hóspedes e nas dormidas. A informação acaba de ser confirmada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que divulgou os números definitivos sobre este setor esta segunda-feira.
No conjunto do ano de 2020, indica o INE, os estabelecimentos de alojamento turístico registaram 10,5 milhões de hóspedes e 26,0 milhões de dormidas, -61,3% e -63,0%, respetivamente (+7,9% e +4,6% em 2019). O instituto nacional de estatística acrescenta que se registaram 13,6 milhões de dormidas de turistas nacionais (-35,4%; +6,5% em 2019), o valor mais baixo desde 2013, e apenas 12,3 milhões de dormidas de estrangeiros (-74,9%; +3,8% em 2019). Este número de dormidas de estrangeiros é o valor mais baixo desde 1984.
O Reino Unido manteve-se como principal mercado emissor em 2020, representando 16,3% das dormidas de não residentes, apesar do decréscimo de 78,5% face ao ano anterior. Seguiram-se os mercados alemão (quota de 14,6%) e espanhol (peso de 14,5%)”, indica o INE.
No que diz respeito às dormidas, como o INE já tinha indicado no relatório preliminar, “desde 1993, ano em que se registaram 23,6 milhões de dormidas, que não se observava um número de dormidas tão reduzido como o que se verificou em 2020″.
Outro indicador relevante divulgado pelo INE é que em dezembro, 50,5% dos estabelecimentos de alojamento turístico estiveram encerrados ou não registaram
movimento de hóspedes (49,0% em novembro).
A agência de rating DBRS considerou recentemente que o turismo português não vai recuperar totalmente neste ano de 2021, dada a “particularmente crítica” situação sanitária e o prolongamento das restrições, mas o choque será temporário e a atratividade do país irá manter-se no pós-pandemia.