O Bloco de Esquerda (BE) quer saber se o Governo tem conhecimento da destruição de património arqueológico em Vila Velha de Ródão, distrito de Castelo Branco, nomeadamente uma antiga mina romana usada para extração de ouro.
Numa interpelação escrita a que a agência Lusa teve acesso esta quarta-feira, dirigida às ministras da Cultura, Graça Fonseca, e da Agricultura, Maria do Céu Antunes, os deputados do BE perguntam às governantes se os seus respetivos ministérios “têm conhecimento da destruição sistemática do património arqueológico no concelho de Vila Velha de Ródão”.
No final de janeiro, a Associação de Estudos do Alto Tejo (AEAT) denunciou a destruição de uma antiga mina romana usada para a extração de ouro, situada no concelho de Vila Velha de Ródão, alegadamente devido a trabalhos de florestação.
No local, deparámo-nos com a destruição do sítio arqueológico através da surriba para plantação de eucaliptos, tal como nos tinha sido comunicado”, explicou a AEAT.
À Lusa, o coordenador desta organização não-governamental (ONG), Jorge Gouveia, disse que a situação já tinha sido denunciada à Direção Regional de Cultura do Centro (DRCC).
Os deputados bloquistas questionam os dois ministérios se “têm também conhecimento da destruição da mina de ouro romana devido à plantação de um eucaliptal” e querem ainda saber que mecanismos vão ser acionados “para reverter a situação”.
Perguntam ainda que recursos financeiros, humanos e materiais tencionam os ministérios “alocar para impedir a destruição sistemática do património arqueológico na região e que medidas concretas e ágeis pretendem implementar para garantir a salvaguarda do património arqueológico no território nacional e evitar a sua destruição”.
A mina de ouro romana da Cova da Moura, no concelho de Vila Velha de Ródão, distrito de Castelo Branco, foi identificada como bem arqueológico na segunda metade dos anos 70 do século XX, por elementos da AEAT. Na década seguinte, a área foi alvo de plantação de um eucaliptal, em parcelas próximas da mina romana.