O governador de Nova Iorque foi acusado por outra ex-assessora de assédio sexual. Num longo artigo publicado no The New York Times, Charlotte Bennett, de 25 anos, conta como Andrew Cuomo lhe fez perguntas sobre a sua vida sexual, se ela era monógama nas relações e se alguma vez tinha tido sexo com um homem mais velho.

Bennett, que foi assistente executiva e conselheira de políticas de saúde na administração de Cuomo até novembro do ano passado, relevou que o governador a assediou na primavera, no pico da luta do estado norte-americano contra a pandemia. O governador não só lhe fez várias questões de índole pessoal, incluindo o que Bennett achava sobre a diferença de idades numa relação amorosa, como disse, em junho último, que se sentia sozinho na pandemia, colocando ainda a pergunta: “Quem foi a última pessoa que abraçaste?”.

A ex-assessora acredita que estes comentários foram de natureza sexual e esclarece que informou a chefe de gabinete de Cuomo sobre o sucedido — uma semana depois, Bennett foi transferida para outro trabalho. A alegada vítima não solicitou uma investigação formal porque “queria seguir em frente”.

Andrew Cuomo, de 63 anos, negou qualquer comportamento inapropriado para com a ex-assessora, afirmou que apenas queria ser o mentor de Bennett e pediu uma investigação independente, tendo em conta as alegações feitas.

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Mas estas não são as primeiras do género: no início do mês, também a ex-assessora Lindsey Boylan acusou o governador de a ter beijado nos lábios e de lhe ter pedido que jogasse “strip poker” quando ambos se encontravam num jato privado. Entre outras acusações, Boylan, de 35 anos, alega que Cuomo lhe tocava sem consentimento e, por diversas vezes, fez comentários inapropriados sobre a sua aparência — as acusações têm em conta o período entre 2016 e 2018.

O governador de Nova Iorque pediu às autoridades judiciais estaduais para nomearem um advogado independente para investigar as alegações de que terá assediado sexualmente as duas mulheres que trabalharam para ele.

Cuomo, que é governador de Nova Iorque há mais de uma década, não tem vivido tempos fáceis, ele que está sob pressão do Partido Democrata, do qual é membro, por alegadamente esconder os números reais tendo em conta as mortes por Covid-19 nos lares do estado.