A TAP já tem novo CEO, será um alemão. Uma fonte ligada à empresa confirma ao Observador que o processo está muito avançado e que a escolha deverá cair num alemão. Outra fonte próxima do processo também confirmou ao Observador que já está escolhida a pessoa que irá assumir o cargo de CEO da companhia aérea. Questionado oficialmente, o ministério das Infraestruturas disse não confirmar a escolha de um CEO alemão para o cargo na TAP e remeteu qualquer informação sobre o futuro CEO para depois da aprovação do plano de restruturação em Bruxelas. Já a TAP, questionada pelo Observador, opta por não fazer qualquer comentário sobre a escolha de um novo CEO e remete as questões para os acionistas da empresa.

A decisão de escolha do CEO é conhecida depois de ter sido tornada pública a demissão de Diogo Lacerda Machado e Esmeralda Dourado do conselho de administração da TAP. A demissão já apresentada ao presidente Miguel Frasquilho, terá efeitos a partir do final de abril para cumprir a apresentação de contas do último ano. A informação foi inicialmente avançada pelo ECO e confirmada já pelo Observador. Questionados sobre estas demissões, a  TAP e o Ministério das Infraestruturas ainda não responderam.

Segundo também noticiado, o alemão escolhido para ocupar o cargo de CEO da TAP é Albrecht Binderberger, ex-CEO da Saudi Arabian Airlines, com uma vasta experiência na área da aviação. O nome de Albrecht Binderberger já teria sido proposto ao gabinete de Pedro Nuno Santos há algum tempo, sem que tivesse havido grandes desenvolvimentos até esta quarta-feira, dia em que foi tornado público o pedido de demissão de Lacerda Machado e Esmeralda Dourado.

Lacerda Machado e Esmeralda Dourado são assim mais duas baixas nos órgãos de gestão da transportadora que têm vindo a perder membros, sem que a anunciada contratação de um gestor profissional do setor da aviação, anunciada pelo ministro Pedro Nuno Santos, se concretize. A presidência executiva está nas mãos de Ramiro Sequeira mas interinamente, e em janeiro, a comissão executiva perdeu o administrador financeiro, Raffael Quintas, o último membro da equipa de Antonoaldo Neves e com experiência de gestão internacional na aviação.

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O descontentamento perante a situação de vazio e impasse na gestão na altura mais difícil da vida da TAP terá sido uma das razões que levaram à demissão destes dois membros do conselho de administração, numa altura em que o Ministério das Infraestruturas ainda não deu luz verde à contratação de novos gestores.

Esmeralda Dourado tem experiência empresarial e de gestão e Diogo Lacerda Machado estava na TAP desde a renegociação do acordo com David Neeleman e conhece bem o setor da aviação. No entanto, o advogado amigo de António Costa, não terá uma relação fácil com o ministro que tutela a TAP, Pedro Nuno Santos para quem Lacerda Machado terá estado mais próximo dos acionistas privados do que do Governo no braço-de-ferro que levou à venda da posição por parte do empresário americano.

Em janeiro, outra administradora nomeada pelo Estado, Ana Pinho, também tinha abandonado as funções. E no ano passado, depois do Estado ter reforçado no capital da TAP, Humberto Pedrosa e filho (David Pedrosa era administrador executivo), abandonaram os órgãos sociais para acautelar eventuais conflitos de interesse por terem empresas com contratos de concessão com o Estado.

As novas baixas no conselho surgem em pleno processo de negociação do plano de reestruturação da companhia com a Comissão Europeia. Lacerda Machado esteve na frente da negociação do processo de reversão da privatização da TAP, que levou o Estado a conseguir 50% do capital, os trabalhadores 5% e os 45% restantes a ficarem nas mãos de Neeleman e Humberto Pedrosa (Atlantic Gateway).

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