Os passageiros que viajem da ilha de São Miguel para outras ilhas dos Açores voltam a ser obrigados a apresentar um resultado negativo de um teste de despiste do SARS-CoV-2 antes do embarque, a partir de sábado.

“De acordo com a evolução desta semana dos níveis de risco, será necessária a realização de testes interilhas, a partir de São Miguel, para as outras ilhas, a partir das 00h00 de sábado”, disse esta quinta-feira, em conferência de imprensa, o secretário regional da Saúde e Desporto dos Açores, Clélio Meneses.

O executivo açoriano tinha decidido na sexta-feira deixar de exigir a realização de testes à saída de São Miguel, mas com o aumento de novos casos esta semana reverteu a decisão.

Sempre que exista pelo menos um concelho em alto risco numa ilha de transmissão comunitária, é necessária a obrigatoriedade de testes”, sublinhou o governante, acrescentando que a decisão será avaliada todas as semanas.

Todos os concelhos dos Açores mantêm-se no nível de “muito baixo risco” de transmissão do novo coronavírus, com exceção de Ribeira Grande (São Miguel), que já se encontrava em médio risco, e Lagoa (São Miguel), que sobe a “baixo risco”. Neste caso, a partir das 00h00 de sábado, o horário limite de encerramento de restaurantes e bares passa das 00h00 para as 22h00 e o limite de pessoas por mesa (salvo se pertencerem ao mesmo agregado familiar) baixa de 10 para oito. Já a lotação máxima em eventos culturais e desportivos baixa de um terço para um quarto.

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Parte da vila de Rabo de Peixe, no concelho da Ribeira Grande, vai continuar sujeita a cerca sanitária e nas restantes zonas da localidade vão manter-se em vigor as medidas de “alto risco”, com limitação da circulação na via pública entre as 20h00 e as 5h00, durante a semana, e entre as 15h00 e as 5h00, ao fim de semana.

Os espaços comerciais continuam a encerrar às 20h00 durante a semana e às 15h00 ao fim de semana, à exceção dos serviços essenciais, e os restaurantes e bares só podem estar abertos até às 15h00, exceto se em regime de ‘take away’ ou serviço ao domicílio, tendo uma limitação da capacidade por mesa de quatro pessoas (salvo se pertencerem ao mesmo agregado familiar).

Apesar de o concelho da Ribeira Grande apresentar números que o colocam no nível de “alto risco”, com 149 novos casos por 100 mil habitantes, nos últimos sete dias, nas restantes localidades vão manter-se em vigor as medidas de “médio risco”.  Assim, os restaurantes vão continuar a encerrar às 20h00, com uma limitação de seis pessoas por mesa (salvo se pertencerem ao mesmo agregado familiar), e mantém-se suspensa a abertura ao público de eventos culturais e desportivos. Por outro lado, na ilha Terceira deixa de ser considerada a existência de transmissão comunitária.

“Foi feito um rastreio a todos os docentes e não docentes. Felizmente não foi detetado um caso positivo. E desde 14 de fevereiro que na Terceira não aparece um caso que não tenha ligação a um caso conhecido ou a uma viagem a uma zona mais problemática”, justificou o presidente da Comissão de Acompanhamento da Luta contra a Pandemia nos Açores, Gustavo Tato Borges.

Segundo o médico especialista em saúde pública, já foram confirmados 16 casos da estirpe inglesa nos Açores e “quase todos os dias” surgem novas suspeitas dessa estirpe, mas estão associadas “maioritariamente” a viajantes.

“O número de novos casos diários felizmente sustenta que não há livre circulação destas novas estirpes dentro da nossa região”, apontou, alegando que o importante é “resguardar as pessoas que viajam” e que, “pelo menos até ao teste do sexto dia, minimizem todos os seus contactos”.