Depois de ter incluído a faixa etária dos 16 aos 18 no plano de vacinação, Israel baixou ainda mais a fasquia da idade e vacinou cerca de 600 crianças com idade entre os 12 e os 16 anos. Os dados preliminares apontam, para já, que nenhuma das crianças vacinadas desenvolveu efeitos secundários graves depois da vacinação. A informação é avançada ao The Guardian pelo líder da task force de vacinação israelita, Boaz Lev.

“Até agora imunizámos cerca de 600 crianças, não registámos nenhum efeito secundário grave e mesmo os efeitos secundários mais comuns foram registados poucas vezes. São dados encorajadores”, afirmou o responsável no país que recomendou ainda vacinar alguns adolescentes com doenças graves que os colocam numa posição mais frágil face à Covid-19.

Recorde-se que os ensaios para a vacina em crianças foram realizados em pequeno número o que levou os países a deixarem a generalidade das crianças fora dos planos de vacinação. Apenas os que têm doenças mais graves foram vacinados. Em Portugal, de acordo com o último relatório de vacinação, até 7 de março tinham sido vacinados com a primeira doses 212 jovens com idade entre os 16 e os 17 anos e 136 tinham recebido já as duas doses da vacina da Pfizer-BioNTech.

Atualmente a Pfizer tem em curso um estudo com crianças entre os 12 e os 15 anos e está a aguardar o início de outro com mais novos (entre os 5 e os 11 anos). A AstraZeneca também vai começar um ensaio com 300 pessoas entre os seis e os 17 anos, para concluir se a vacina produz uma resposta imunitária forte. Das 300 crianças, 240 crianças receberam a vacina contra a Covid-19 e as restantes uma vacina de controlo da meningite.

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Até que haja resultados dos estudos, Israel tem vindo a revelar dados da eficácia da vacinação no país — que se aproxima da marca da vacinação tida como necessária para a imunidade de grupo — reportando uma diminuição significativa nos casos graves da doença, embora não tão expressiva no número de infetados.

O surgimento de novas variantes pode dificultar a tão esperada imunidade de grupo, com Anthony Fauci a admitir uma imunização à volta de 90% na sociedade para que seja possível fazer frente à Covid-19. Israel espera terminar a campanha de vacinação nos adultos do país já no início do próximo mês, podendo depois passar à imunização das crianças. O país não descarta, no entanto, que além da vacinação sejam necessárias “outras intervenções não farmacêuticas” nos próximos tempos, como a testagem massiva da população e as limitações aos ajuntamentos de pessoas e eventos de massas.