“Se foi vacinado, mantenha-se tranquilo“. O apelo foi feito pela diretora-geral da Saúde, depois de ser anunciado que Portugal vai suspender a vacina da AstraZeneca. Graça Freitas diz que, embora os casos detetados noutros países europeus sejam “extremamente graves”, são também “extremamente raros” — foram poucos casos em 17 milhões de vacinas administradas. A Direção-Geral da Saúde (DGS) e o Infarmed pedem, por isso, tranquilidade, mas apelam a que quem recebeu o imunizante da AstraZeneca tenha atenção a três sintomas.
Se já tomou uma dose desta vacina, a DGS recomenda que consulte um médico caso sinta um “mal-estar persistente, durante alguns dias, sobretudo se for acompanhado de nódoas negras ou hemorragias cutâneas“.
Já os profissionais de saúde que suspeitem de reações adversas em quem já foi vacinado devem notificar, de imediato, as reações no Sistema Nacional de Farmacovigilância. “Este assunto continuará a ser acompanhado pelas autoridades nacionais de saúde, através da sua participação na avaliação que decorre a nível europeu em conjunto com as autoridades congéneres europeias”, garantem a DGS e o Infarmed, num comunicado divulgado na noite desta segunda-feira.
Portugal registou dois casos de tromboembolismo “distintos dos que motivaram esta recomendação”
Em Portugal, foram reportados dois casos de tromboembolismo, mas são “distintos dos que motivaram esta recomendação”, explicou o presidente do Infarmed. Rui Ivo começou por explicar que têm um “perfil clínico diferente” e que “estão totalmente em recuperação”, mas recusou dizer o que separava estas situações das detetadas noutros países.
Num comunicado conjunto da DGS e do Infarmed, divulgado minutos depois, as duas entidades acrescentaram que os casos são menos graves e complexos. As notificações ao Sistema Nacional de Farmacovigilância “têm características clínicas e laboratoriais distintas, de menor gravidade e complexidade, face aos casos reportados a nível da União Europeia que estão em avaliação”.
Questionada sobre o que vai acontecer a quem tomou a primeira dose da AstraZeneca, Graça Freitas explicou que, neste momento, não há em Portugal pessoas em condições de receber a segunda dose por ainda não ter passado tempo suficiente. “A vacina tem muitas semanas de intervalo entre a primeira e a segunda dose. Neste momento, não estão pessoas em Portugal em condições de lhes ser administrada a segunda dose. Vão ter mais do que tempo para que toda esta situação fique esclarecida. E se tiverem de fazer a segunda dose será feita com toda a segurança”, frisou.