A rejeição à gestão da pandemia de covid-19 por parte de Jair Bolsonaro atingiu um novo recorde, com mais de metade dos brasileiros a fazerem uma avaliação negativa do trabalho do Presidente brasileiro.

De acordo com a sondagem da Datafolha publicada pelo jornal Folha de S. Paulo na terça-feira, 54% dos inquiridos consideram que a gestão da pandemia por parte de Bolsonaro é má ou péssima, enquanto apenas 22% fazem uma avaliação boa ou ótima.

Estes números mostram que a avaliação do trabalho do Presidente brasileiro está em queda — na última sondagem da Datafolha, publicada em janeiro, o trabalho de Bolsonaro na gestão da pandemia era rejeitado por 48% dos inquiridos, enquanto 26% faziam uma avaliação boa ou ótima.

Antes do recorde de 54% de reprovação da sondagem desta terça-feira, o valor mais elevado de rejeição a Bolsonaro registou-se em maio do ano passado, quando 50% dos inquiridos avaliaram como má ou péssima a gestão da pandemia por parte do Presidente brasileiro.

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Além disso, segundo a mesma sondagem, 43% dos inquiridos consideram que Bolsonaro é o principal culpado pela crise sanitária no Brasil, enquanto 17% responsabilizam os governadores dos vários estados brasileiros.

O aumento da rejeição do Presidente brasileiro surge numa semana muito dura para o Brasil, com o país a registar recordes no número de mortes. Na terça-feira, o país registou 2.841 mortes por Covid-19, um recorde desde o início da pandemia, e 83.926 casos de infecção por SARS-CoV-2.

Em termos globais, a seguir aos Estados Unidos, o Brasil é o país com o maior número de mortes causadas pela Covid-19 (mais de 282 mil óbitos) e infeções, que já ultrapassam os 11,6 milhões de casos de coronavírus.

Nos últimos sete dias, de acordo com os número do Our World in Data, o Brasil regista 13.37 mortes por cada milhão de habitantes, um número que coloca o país em sétimo lugar a nível mundial, numa lista encabeçada por Liechtenstein, República Checa e Montenegro.

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No Brasil, a semana ficou também marcada pela quarta troca de ministro da Saúde no mandato de Bolsonaro, depois de Eduardo Pazuello ter sido substituído por Marcelo Queiroga na segunda-feira.

A sondagem da Datafolha revela ainda que, quanto ao desempenho geral desde o início do seu mandato, Bolsonaro é rejeitado por 44% dos inquiridos, um aumento de quatro pontos percentuais desde a última sondagem de janeiro.

Além disso, 30% dos inquiridos fazem uma avaliação boa ou ótima do mandato de Bolsonaro — menos um ponto percentual do que há dois meses.

Para a sondagem da Datafolha, foram ouvidas, por telefone, 2.023 pessoas nos dias 15 e 16 de março.